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🦆 Família Phalacrocoracidae – Mergulhador das Águas Portuguesas

Quem são os Phalacrocoracidae?

A família Phalacrocoracidae (comummente conhecidas como corvos-marinhos ou cormorões e, no Brasil, também como biguás) agrupa cerca de 40 espécies de aves aquáticas. São aves suliformes (anteriormente classificadas como pelecaniformes) especializadas na pesca subaquática.

O corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) é uma das aves aquáticas mais características do litoral e das zonas húmidas de Portugal. Com o seu corpo negro, pescoço longo e o hábito inconfundível de abrir as asas para secar ao sol, é presença habitual em estuários, barragens e lagoas durante o outono e inverno. Pertence à família Phalacrocoracidae, que inclui os corvos-marinhos, aves marinhas mergulhadoras especializadas na pesca subaquática.


Características gerais

É uma ave de médio a grande porte, com cerca de 90 cm de comprimento e envergadura que pode ultrapassar 1,5 metros. A plumagem é preta com reflexos esverdeados, e apresenta faces brancas bem visíveis durante a época de reprodução. O olho verde e a zona amarela em torno do bico completam o seu aspeto distintivo.

Durante o voo, destaca-se pelo pescoço esticado e batimentos de asas regulares. Após mergulhar em busca de alimento, costuma pousar em rochas, paus ou margens e abrir as asas — um comportamento típico usado para secar as penas, que não são totalmente impermeáveis.

Corvo-marinho-de-faces-brancas

💡 Sabias que? O corvo-marinho pode mergulhar até 20 metros de profundidade e permanecer submerso durante mais de meio minuto para capturar peixes!


🌍 Distribuição e habitats

O corvo-marinho-de-faces-brancas é uma espécie amplamente distribuída, presente na Europa, Ásia, África e Oceania. Em Portugal, ocorre principalmente como invernante, sendo visto com frequência de setembro a março. É comum em estuários, lagoas costeiras, albufeiras e rios interiores, com destaque para o estuário do Tejo, Ria de Aveiro, Ria Formosa, estuário do Douro e diversas barragens do interior.

Embora não seja nidificante regular em Portugal continental, há registos ocasionais de tentativa de reprodução. Nos Açores, pode ser observado em portos e zonas costeiras durante o inverno.


Alimentação e comportamento

Trata-se de um excelente mergulhador, capturando peixes e pequenos crustáceos submersos. Caça individualmente ou em pequenos grupos, mergulhando repetidamente e emergindo com o peixe no bico. Após a pesca, sobe a uma rocha ou estaca para abrir as asas e secar — comportamento que o torna uma das aves mais fotogénicas das zonas húmidas.

💡 Sabias que? As penas do corvo-marinho não são totalmente impermeáveis. Essa característica permite-lhe mergulhar com maior facilidade e menos flutuação.


Identificação e espécies semelhantes

Pode confundir-se com o corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis), espécie mais pequena e comum nas zonas rochosas costeiras. O corvo-marinho-de-faces-brancas é maior, tem o bico mais grosso e, na época de reprodução, exibe as faces brancas e uma mancha clara na coxa.

  • Comprimento: 80–100 cm
  • Envergadura: até 160 cm
  • Peso: cerca de 2,5 kg
  • Plumagem: preta com brilho metálico esverdeado, faces brancas e garganta amarela


Onde observar em Portugal

É relativamente fácil observar o corvo-marinho em zonas húmidas do litoral e interiores. Alguns dos melhores locais incluem:

  • Estuário do Tejo (Lisboa / Alcochete)
  • Ria de Aveiro
  • Ria Formosa (Algarve)
  • Estuário do Douro
  • Lagoas de Santo André e Sancha (Alentejo)
  • Diversas barragens interiores (ex.: Alqueva, Póvoa e Meadas, Touvedo)

Pode ser visto pousado em árvores ou estruturas próximas da água, frequentemente em grupos. É mais ativo durante o dia, especialmente nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, quando pesca e seca as asas.


🧬 Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Suliformes
Família: Phalacrocoracidae
Género: Phalacrocorax
Espécie: P. carbo

💡 Curiosidade: O guano (excremento) das colónias de corvos-marinhos é rico em nutrientes e já foi usado como fertilizante natural.



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