Vizinho ao rio Guadiana e ao moderno espelho d'água da Barragem de Alqueva, ergue-se sobre o monte Monsaraz, dominando a vila medieval e a fronteira com a Espanha. A sua arquitectura militar mescla elementos medievais e seiscentistas.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a povoação foi inicialmente conquistada pelas forças sob o comando do lendário Geraldo Sem Pavor (1167). Após a derrota de D. Afonso Henriques (1112-1185) em Badajoz (1169) foi recuperada pelo Califado Almóada sob o comando de Abu Ya'qub Yusuf I (1173), para ser definitivamente conquistada por D. Sancho II (1223-1248), com o auxílio da Ordem dos Templários, em 1232, a quem fez a doação destes domínios.
Desta época ficou-nos a lembrança do cavaleiro templário Gomes Martins Silvestre, povoador de Monsaraz, cujo túmulo se encontra actualmente na Igreja Matriz de Santa Maria da Lagoa.
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Porta da Vila |
Em arco ogival, protegida por dois cubelos semi-cilíndricos, um dos quais coroado pelo campanil caiado do relógio, comunica a Rua Direita com os arrabaldes. Possui um tecto nervurado e, no cimo da cúpula, um sino fundido pelos estrangeiros Diogo de Abalde e Domingos de Lastra, com data de 1692. Sobre o arco ogival da porta, uma lápide de mármore comemora a consagração do reino de Portugal à Imaculada Conceição (à época da Restauração da Independência), e, no dorso da ombreira, vislumbram-se a vara e o côvado, medidas usadas na época medieval.
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Postigo ou Porta do Buraco (Vista do interior) |
A sudoeste encontramos o Postigo ou Porta do Buraco. Protegia a cisterna pública da Vila
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Postigo ou Porta do Buraco (Vista do exterior) |
Parece ser a Porta mais antiga da cerca.
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Porta da Alcoba, em arco pleno |
"Um Castelo Conquistado com 6 Vacas"
Durante a crise de 1383-1385, Monsaraz e o seu castelo foram atacados. O castelo foi recuperado pelas forças leais a D. João I (1385-1433), sob o comando do Condestável D. Nuno Álvares Pereira. A história dessa conquista é muito engraçada!
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Torre de Menagem |
O castelo estava já cercado há uns dias pelas forças de Nuno Álvares Pereira, quando este terá começado a desconfiar que as tropas leais a Castela estariam com falta de comida. Soltou então estrategicamente 6 vacas nas proximidades da vila. Como a fome nunca foi boa conselheira... Enquanto os famintos tentam capturar as rezes, os homens de Nuno Álvares, que estavam escondidos, entram no perímetro amuralhado da povoação e fecham de imediato as portas, impedindo o regresso dos cavaleiros inimigos. Vão, então, rapidamente em direcção ao castelo que tomam com extrema facilidade.
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Praça de Armas |
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Porta de Évora |