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Trilho Lagoa das Furnas e Salto do Rosal (PRC06 SMI)

Esta rota circular pelas Furnas, tem início no parque de estacionamento à entrada da freguesia, junto ao Largo das Três Bicas. Siga a sinalética ao longo da vila, passando pela Igreja de Santana e pela Poça da Dona Beija, até o caminho começar a subir em direção à Lagoa das Furnas.
Cryptomeria
A Lagoa das Furnas, é um ex-libris da ilha de São Miguel, conhecida pelo seu cenário de tranquilidade e contacto permanente com a natureza.
Zona das Caldeiras da Lagoa das Furnas
Nas imediações da Lagoa siga à direita onde podemos observar vários cones vulcânicos intra-caldeira, domos, nascentes de águas termais com propriedades medicinais, caldeiras de lama ou de água límpida com temperaturas elevadas, gêiseres e fumarolas vulcânicas com as conhecidas “cozinhas naturais”, onde se confecciona o famoso cozido das furnas.
Zona dos cozidos
Deste modo, um facto interessante é que, neste local vai poder sentir o cheiro forte a enxofre que lhes é característico, proveniente dos vapores e gases emitidos pelo vulcão.
Daqui o trilho segue junto à margem da lagoa, através de um caminho de terra plano, muito acessível. Nesta zona existe ligação com o percurso PRC 22 SMI Grená/Pico do Ferro.
Na zona oposta às Caldeiras poderá visitar o Centro de Monitorização e Investigação das Furnas e a área envolvente com diversas zonas de lazer, ruínas de antigos fornos para produção de carvão e ainda a maior Araucaria (Araucaria heterophylla) classificada da Europa.
Capela Senhora das Vitorias
Um pouco mais à frente irá passar pela casa dos Barcos (Turismo Rural), pela Mata Jardim José do Canto e pela Ermida de Nossa Senhora das Vitórias, construção gótica do séc. XIX.
Cascata Salto do Rosal
Aqui na Mata Jardim José do Canto, fazemos um pequeno desvio até esta belíssima cascata Salto do Rosal.
De volta ao trilho vamos encontrar um conjunto de estátuas delicadamente esculpidas em troncos de árvores e algumas placas informativas acerca da flora da zona.
Estrada regional em calçada de pedra
Prossiga o passeio contornando a lagoa pela berma da estrada regional em calçada de pedra…
Cais em pedra na lagoa de Furnas
 … até encontrar um desvio à direita para o Pico do Milho, local de onde é possível avistar o vale das Furnas.
Miradouro Pico do Milho
Daqui o percurso desce para o interior da freguesia, até à Rua da Igreja e termina junto ao painel informativo onde começou a caminhada.

Furnas (Parque Terra Nostra)

Vale das Furnas (Miradouro Pico do Ferro)
Há um jardim no Vale das Furnas há mais de duzentos anos. Do alto do Miradouro do Pico do Ferro percebe-se que não é propriamente um vale. É uma cratera, com 7 quilómetros de diâmetro, última memória de um vulcão há muito inativo.
Metrosideros Robusta (Rata do Norte)
Mesmo na entrada deste jardim somos agraciados com está arvore, Metrosideros robusta é uma espécie de árvore de grande porte endêmica da Nova Zelândia. Ela cresce até 25 metros de altura ou mais. ao longo dos séculos a árvore jovem envia raízes para baixo e ao redor do tronco de seu hospedeiro, eventualmente formando um pseudotronco maciço, frequentemente oco composto por raízes fundidas.
Jacuzzis do Parque Terra Nostra
Jacuzzis do Parque Terra Nostra
Embora inicialmente ignorado pelos primeiros povoadores, o Vale das Furnas começou a ser popular no final do séc. XVIII, devido ao crescente interesse no uso de águas minerais para o tratamento de doenças como o reumatismo e a obesidade.
Nascentes e cursos de água
 As Furnas possuíam centenas de pequenas nascentes e cursos de água, todas com diferentes propriedades. O Parque Terra Nostra estava no centro desta magnífica hidrópole.
Lago com a planta Victoria cruziana
Lago artificial, ao ar livre, que acolhe a Victoria cruziana, uma planta aquática da Família Nymphaeaceae, originária do Norte da Argentina, Paraguai, Brasil e Bolívia. Esta espécie de planta é um nenúfar gigante, que se torna original e fascinante graças à morfologia das suas folhas (fazem lembrar autênticas formas de tarte) que podem alcançar mais de 1 m de diâmetro. As suas flores adquirem várias tonalidades e formas durante o seu ciclo de vida, beleza rara.
Tanque de Águas Termais
O Tanque de Água Termal do Parque Terra Nostra é sem dúvida um ex-líbris dos Açores.
Sempre que alguém descreve a sua viagem aos Açores, surge invariavelmente o banho no Parque Terra Nostra como um dos momentos mais especiais. De facto, a nascente de água termal que alimenta o tanque, de cor acastanhada, rica em minerais, está a uma temperatura entre os 35 e 40º celsius, proporciona uma sensação de repouso e relaxamento como poucos sítios no Mundo.
Casa do Parque no lugar da Yankee Hall
Por volta de 1775, Thomas Hickling, um abastado comerciante originário de Boston, que foi Cônsul Honorário dos Estados Unidos em São Miguel, mandou construir uma casa de madeira, que tomou o nome de Yankee Hall, assim como um grande tanque de água com uma ilha no meio e rodeou-o de árvores e foi assim que nasceu este lindo parque.
Carvalho Inglês (Quercus Robur)
Ainda é possível hoje em dia ver um carvalho inglês plantado por Hickling. É uma árvore de grande porte, que atinge 30 a 40 metros de altura e que tem um tempo de vida entre 500 e 1000 anos.
Alameda
Em 1848 a propriedade foi comprada pelo Visconde da Praia, que construiu a atual casa do Parque em 1854 no lugar da Yankee Hall. A Viscondessa interessava-se por jardinagem, e o casal aumentou os dois hectares originais plantando um belo jardim com água, alamedas sombrias e tabuleiros de flores.
Memoria aos Viscondes da Praia
Em 1896 o filho dos Viscondes erigiu um memorial aos pais que se encontra no jardim.
Depois da morte do Visconde, em 1872, este mesmo filho, o Marquês da Praia e Monforte embelezou a casa, e o seu arquiteto apresentou um esboço ambicioso para o desenho do jardim.
Alameda
Incluía um canal serpentiforme, grutas, avenidas de buxo, e caminhos ladeados de laranjeiras.
Canal Serpentiforme
Grutas
Novas espécies oriundas da América do Norte, da Austrália, da Nova Zelândia, da China e da África do Sul, algumas das quais ainda existem e dominam certas áreas do Parque.
A segunda metade do séc. XIX marcou o auge da jardinagem nos Açores. De entre vários outros, destacam-se os nomes de António Borges, José do Canto e José Jácome Correia, que concorreram entre si para conseguir os jardins mais belos e as melhores coleções de espécies raras. José do Canto interessou-se especialmente pelas plantas económicas e teve a ideia de desenvolver os Açores como centro para aclimatação de plantas.
Lago de Água Vulcânica
Acumulou uma coleção de alguns milhares de espécies de árvores e outras plantas, inclusive as orquídeas. Pelo menos dois jardineiros britânicos foram contratados, P. Wallace, e em 1845, George Brown, que foi recomendado pelo viveiro já bem conhecido de Whitley and Osborne em Fulham, Londres. Este último veio a empreender uma série de iniciativas, como o desenho e construção do Parque das Murtas (atualmente o Parque Beatriz do Canto, um jardim particular) perto do Hotel Terra Nostra.


 Após a morte dos Viscondes da Praia, o Parque Terra Nostra ficou a marcar passo e nos anos vinte do século passado estava já em estado de degradação. Em 1935 o Hotel Terra Nostra, localizado num terreno adjacente ao Parque, abriu ao público e alguns anos mais tarde toda a propriedade foi adquirida pela Sociedade Terra Nostra, tendo sido responsável pela vinda do jardineiro escocês John McInroy que viria supervisionar a restauração do Parque Terra Nostra.
Lago
Os trabalhos, que se prolongaram por dois anos, foram finalmente concluídos e o Parque Terra Nostra abriu novamente ao público. Estávamos então na década de 30, e as Furnas ganhavam fama como centro termal.

No Parque Terra Nostra, poderá encontrar flora endémica dos Açores, mas também inúmeras plantas nativas de países com climas completamente distintos do existente nas Furnas. Esta adaptação é possível, em muito, graças à experiência de trabalho partilhada pela equipa de jardineiros do Parque Terra Nostra que conseguem adaptar, da forma mais ecológica possível, as condições existentes no Parque à realidade ocorrente nos países de onde as plantas são oriundas, obtendo-se assim excelentes resultados.

Num parque bicentenário, encontram-se, ao longo dos vários percursos possíveis, plantas em fases de crescimento muito distintas. É possível observar: árvores centenárias dos géneros Metrosideros e Araucaria, e espécies liriodendron tulipifera, Sequoias sempervirens, Quercus robur, Taxodium ascendens, Taxodium distichum, Eucalyptus globulus, Ginkgo biloba, entre outras; inúmeras espécies de porte arbóreo como por exemplo, os fetos arbóreos, os rhododendrons, as magnólias e as cameleiras; e ainda os mais diversos arbustos e flores, nomeadamente as azáleas, as hydrangeas, as clívias, os jarros, da Família Araceae, e inúmeras outras espécies que contribuem com suas cores, formas e hábitos de crescimento, para que o parque seja um jardim agradável e aprazível de frequentar em qualquer altura do ano.

Mirante o Açucareiro






O parque Terra Nostra é um jardim botânico, onde encerra uma das maiores colecções do mundo de camélias, tendo mais de 600 genros diferente e também a maior colecção da Europa de Cicas. Este parque foi considerado um dos mais bonitos do mundo pela revista Condé Nast Travel das Condé Nast Publications
Fonte