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Armada Real Portuguesa: Corvetas (1821-1858)

Corveta "Urânia" (1821-1852)
A corveta "Urânia" foi construída na Baía em 1821, por Manuel Costa. Em 1823 passou a chamar-se "Urânia", tendo sido antes "Dez de Fevereiro". A corveta andava de bolina e era bom navio de barlavento; com vento e mar atirava bastante de popa à proa; e à popa era de pouco andar.
Corveta "Urania"
Em 1822 a corveta foi incluída na Esquadra de cruzeiro da Baía, com a missão de proteger a Baía contra qualquer reacção de D. Pedro. Na Baía foi incluída numa fracção da Esquadra de João Félix, cujo objectivo principal era a protecção da expedição dos cinco batalhões esperada de Lisboa. Em 1823 largou da Baía, incluída na força de João Félix Pereira e Campos que dava comboio aos navios que conduziam as tropas do Brigadeiro Madeira a Portugal. Em Outubro de 1823, largou para os Açores, conduzindo o Capitão-general Francisco de Borja Garção Stockler e uma força de 500 soldados. Em 1826 efectuou comissão a Argel com escala por Gibraltar e efectuou uma expedição à Madeira incluída na Esquadra do Almirante Sousa Prego. Em 1829 largou para os Açores, integrada numa fracção da expedição do Almirante Rosa Coelho. Em Agosto de 1829 encontrou-se no bloqueio da Terceira. Em 1830 assumiu o comando do bloqueio da Terceira. Em Junho de 1831, a corveta "Urânia" foi apressada e enviada para Brest. O navio foi resgatado em 1837 e chegou a Lisboa em Maio de 1838. Em Outubro de 1838, saiu para Angola, conduzindo o Governador-geral.
Desde 1843 até 1846, serviu na Estação Naval da África Ocidental. Em 1846 regressou à metrópole. A corveta ainda desempenhou outras missões, nomeadamente, fiscalizou a costa algarvia para impedir o desembarque clandestino de pessoas e carga, cruzou por várias vezes a costa de Portugal e a costa de Angola e, apresou navios negreiros.
Em 10 de Dezembro de 1852 foi vendida por inútil.
Características técnicas
Dimensões: 35,36 m comp.; 9,14 m boca; 7,62 m calado
Armamento: 24 peças
Guarnição: 161 marinheiros

Corveta "D. João I" (1828-1874)
Foi construída em Damão, em teca, por Jadó Simogi, pelo risco da corveta "Infante D. Miguel", aproveitando os materiais do desmancho desta corveta e lançada ao mar em 9 de Outubro de 1828. Tinha boas qualidades náuticas.
Corveta "D. João I" na Estação Naval de Macau
O navio entrou em Goa a 28 de Novembro de 1828. Em 1830, largou de Goa para Lisboa, conduzindo o ex-Governador de Macau. Em 1831, a corveta foi tomada pelo governo francês ao mando do Almirante Roussin, sendo resgatada em 1834. Nesse ano, largou para Sardenha, com uma missão diplomática a favor do Governo Liberal. Em 1836, navegou para os Açores com carta de prego. Em 1839, saiu para cruzeiro nas ilhas. Em 1840, levantou ferro do Funchal para o Maranhão, com a missão de proteger os portugueses ali residentes. Em 1840, saiu para o Algarve para conduzir o Batalhão de Infantaria 8. Em 1841, largou para os Açores, com a missão principal de reprimir o contrabando. Do Faial partiu para o Rio de Janeiro, em Outubro de 1841, o objectivo era reforçar a Estação Naval Portuguesa na América do Sul. Em 1842, saiu para a Estação Naval de América do Sul, no intuito de proteger os interesses de Portugal naquelas terras.
Em 1847, levantou ferro para a Madeira e Açores, para apoiar as novas autoridades nomeadas pela Rainha após a assinatura da Convenção de Gramido. Em 1849, largou para o Brasil, conduzindo o ministro plenipotenciário de Sua Majestade à Corte do Rio de Janeiro e sua família. Em 1850, largou do Rio de Janeiro para Macau, conduzindo o novo Governador Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Alexandrino da Cunha. Em Janeiro de 1851, a "D. João I" largou de Macau para Hong-Kong, conduzindo o novo Governador, Capitão-de-mar-e-guerra Francisco António Gonçalves Cardoso. Em 1852, partiu integrada no séquito naval da Duquesa de Bragança, à ilha da Madeira. No ano seguinte, levantou ferro para Macau com escala pelo Cabo da Boa Esperança e Timor. Em 1854, conduzindo o Governador da província e o ministro plenipotenciário francês, largou de Macau para Ning-Pó, fazendo escala por Hong-kong e Amoy. Em Julho de 1854 a corveta travou combate com os piratas chineses com completo êxito. Em 1860, o navio preparou-se para desempenhar uma missão importante - conduzir a seu bordo o Capitão-de-mar-e-guerra Isidoro Francisco Guimarães, Governador de Macau, ao Japão, a negociar um tratado de paz, amizade e comércio com os japoneses. Em 1861, largou em segunda viagem ao Japão, com escala por Xangai, para se proceder ali à ractificação do tratado do comércio luso-japonês. Devido ao mau tempo não chegou ao seu destino. Em 1864, partiu do Tejo conduzindo guarnições para canhoneira "Maria Ana" e a escuna "Barão de Lazarim" navios que se encontravam em Moçambique. Em 1865, realizou uma viagem de instrução aos arquipélagos dos Açores e Madeira. Em 1866, saiu para a Estação Naval de Angola, conduzindo o Governador-geral de Angola. Em 1869, largou a fim de reforçar a Estação Naval de Macau, durante a travessia o navio sofreu uma violenta tempestade que apenas o seu Comandante Tomás Andreia evitou o pior. Em 1871, realizou um cruzeiro nos Açores, com a missão de evitar a emigração clandestina. Em 1872, largou, por duas vezes, de Lisboa para a viagem de instrução e cruzeiro nos Açores. Em 1873, efectou um cruzeiro na costa de Angola.
Por Portaria de 30 de Abril de 1874 passou ao estado de desarmamento. Em 10 de Dezembro de 1877, a corveta servia de depósito de pessoal da Estação Naval de Angola. Em 1892 ainda existia encalhada na ilha de Luanda, mas já sem mastreação.
Características técnicas
Deslocamento: 516 Toneladas
Dimensões: 45,54 m comp.; 10,56 m boca; 6,27 m calado
Armamento: 2 peças de bronze de calibre 18, 1 peça de bronze de calibre 3, 16 caronadas de ferro de calibre 32; armamento portátil - 60 espingardas de fuzil, 20 pistolas de fuzil, 4 bacamartes de canos de bronze, 45 espadas e respectivos cinturões, 60 baionetas e respectivos cinturões, 20 chuços, 90 cartucheiras de cinto
Guarnição: 161 marinheiros

Corveta "Oito de Julho" (1834-1856)
Foi construída no Arsenal da Marinha em Lisboa e lançada à água em Julho de 1834. Foi o primeiro navio português com popa militar. Era rijamente construída, de muita praça e fraca tonelagem. Fácil de manobrar e bonanceira.
Corveta "Oito de Julho"
Em Maio de 1840, partiu para o Rio de Janeiro, com escala pelo Funchal. Conduzia o ministro Plenipotenciário Conselheiro Bayard, família e empregados, junto à Corte do Rio de Janeiro. Em Setembro desse ano, zarpou de Montevideu para a Estação Naval de Angola. Em 1841, largou, por duas vezes, para cruzeiro na costa norte e nas águas de Luanda; efectuou comissão, respectivamente, em Benguela e Dande e conduziu passageiros e carga, tendo entrado em Novo Redondo, Benguela e Moçâmedes. Em 1842, fundeou em Cabinda. O filho do Príncipe Mafuca Franco esteve a bordo do navio. Em Julho desse ano a corveta entrou em Luanda a ali soube que a Carta Constitucional de 1826 fora restaurada. O juramento da Carta foi feito a bordo da corveta em 15 de Julho de 1842. Em 1843 efectuou comissão a Benguela e Moçâmedes, tendo fundeado no Lobito e em Moçâmedes, entrou em Benguela e ainda regressou à metrópole. Em Outubro de 1846 achou-se no bloqueio da barra do Douro, com a missão de impedir a saída dos vapores da Junta Revolucionária. Em Março de 1847 saíu para o bloqueio do Porto com outros navios. Quando, se encontrava , próximo da terra entre Matosinhos e Mindelo, revoltou-se a guarnição da corveta e entregou o navio à Junta do Porto. As Forças Navais Aliadas, em Maio de 1847, apresaram à saída da barra do Douro os navios da Junta, entre os quais a corveta "Oito de Julho". Mais tarde, em Junho de 1848, zarpou para a Estação Naval Portuguesa da Costa Ocidental de África. A corveta conduzia passageiros, entre os quais o Governador-geral de Cabo Verde. Em Outubro de 1849 navegou para o sul com escala pelo Ambriz. Fundeou em Benguela e no Lobito. Em Dezembro desse ano, partiu de Luanda a cruzar na costa norte. Fundeou em Ambriz e deu fundo no Zaire. Em Fevereiro de 1850 efectou comissão a S. Tomé. Depois em Julho, navegou de Luanda para cruzeiro na costa sul. Em Janeiro de 1851, partiu com tropa para Benguela. Em Fevereiro desse ano, partiu de Luanda e foi fundear em Dande pouco depois; passou no Ambriz e Ambrizete e entrou em S. Tomé, conduzia o Governador de S. Tomé e Príncipe. Em Maio de 1851 navegou de Luanda para o sul; passou por Benguela, Egito, Lobito, Quicombo e Benguela. Em Fevereiro de 1852 zarpou para S. Tomé, para desempenhar comissão a Ajudá. Em Setembro desse ano regressou à metrópole, com escala por S. Tomé.
Em Novembro de 1855, passou ao registo do porto. Terminou o serviço de registo em Outubro de 1856. À volta de 1856, foi desarmada e considerada inútil.
Características técnicas
Deslocamento: 516 Toneladas
Dimensões: 36,27 m comp.; 9,21 m boca; 3,66 m calado
Armamento: 24 peças
Guarnição: 161 marinheiros

Corveta "Porto" (1848-1858)
Foi construída no Porto por Bernardino Joaquim de Azevedo. Era cavilhada, pregada de bronze e levava 22 tanques quadrados e 22 acutelados que comportavam aguada para 180 dias, para 180 homens. O navio tinha excelentes qualidades náuticas, andava bem e não puxava pelos cabos.
Corveta Porto
Em Novembro de 1849, chegou a Lisboa vindo do Porto. Em Julho de 1851, zarpou para a Madeira e Cabo Verde, conduzindo passageiros entre os quais o Governador daquela província e sua família. Em Abril de 1852, largou para a barra do Porto onde ficou às ordens da Rainha. Em Agosto de 1853, saiu para viagem de instrução de Aspirantes ao Mediterrâneo. Passou por Cádis, Caracas, Gibraltar, Cartagena, ilhota Scombrera, Barcelona, entre outros. Em Dezembro de 1853 navegou para a Madeira, Cabo Verde e Guiné, conduzindo correspondência oficial. Em Junho de 1854 conduziu para o Funchal o Governador da Madeira e sua família.
Em Janeiro de 1855 desarmou para fabricos. Em Janeiro de 1858 incendiou-se na Azinheira, pelo que foi desarmada e abatida ao Efectivo dos Navios da Armada.
Características técnicas
Deslocamento: 516 Toneladas
Dimensões: 37,49 m comp.; 10,83 m boca; 5,79 m calado
Armamento: 18 peças de ferro e 2 peças de bronze
Guarnição: 210 marinheiros

Armada Real Portuguesa: Fragatas (1808-2...)

Fragata "Unilo" (1808-1822)
Navio português de linha de 5ª classe, construído no estaleiro da marinha na Bahia no Brasil pelo Vice-Rei do Brasil.
Fragata Unilo
Passa para o Brasil em 1823.
Características técnicas
Armamento: 50 peças de artilharia
Guarnição: 320 marinheiros (minimo)

Fragata "Diana" ex "Constituição"(1820-1831)
Fragata construída no Arsenal da Marinha, em Lisboa, por Manuel da Costa,
com o nome Constituição. Passou a chamar-se Diana em 1823.
Fragata Diana
Características técnicas
Armamento: 52 peças de artilharia
Guarnição: 400 marinheiros

Fragata "Dona Maria II" (1831-1850)
A fragata “D. Maria II” era um navio mercante “Ásia”, comprado em Inglaterra em 1831 e transformado em fragata no ano de 1832.
Fragata Dona Maria II
Explodiu em Macau no ano de 1850. A explosão deu-se no paiol que continha 300 barris de pólvora, e teria sido causada de propósito ou descuido pelo fiel da artilharia.
Características técnicas
Guarnição: 224 marinheiros (mínimo)

Fragata "D. Fernando II e Glória" (1845-2...)
A fragata "D. Fernando II e Glória", último navio exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa, e a última nau, da denominada carreira da Índia, foi construída no estaleiro real de Damão, Estado da Índia. Foi lançado à água no dia 22 de Outubro de 1843, sendo rebocado até Goa para ser armado e aparelhado. A sua viagem inaugural foi daqui para Lisboa, em 1845, tendo chegado ao Tejo a 4 de Julho deste ano. Tinha como comandante, o capitão de fragata, Torcato José Marques.
Fragata "D. Fernando II e Glória"
Em 1865, por Portaria de 12 de Setembro, foi transferida para a fragata que se encontrava fundeada no Tejo, a Escola de Artilharia Naval, tendo funcionado aqui até 1938. Neste ano, depois de ter entrado na doca seca para ser sujeita a reparações, passou a servir de navio chefe dos navios da Armada, estacionados no porto de Lisboa.
Em 1943 passou ao estado de desarmamento.

No ano de 1963, a fragata sofreu um grande incêndio que a destruiu, tendo ficado meia submersa no Tejo, até 1992. Neste ano, foi celebrado um protocolo entre a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e a Marinha, visando a recuperação do navio, devendo ficar integrado no Museu de Marinha. Após a sua recuperação, viria a destinar-se à realização de atividades, cujo objetivo seria o de divulgar o nome de Portugal, a sua história e cultura. Encontra-se atualmente em doca seca, em Cacilhas e é visitável.
A sua última viagem foi à Madeira e aos Açores em 1878.

Características técnicas
Deslocamento: 1849 toneladas
Dimensões: 48,76 m comp.; 12,80 m boca; 6,4 m calado
Armamento: 50 bocas de fogo
Guarnição: 145 marinheiros (minimo)

Papel-Moeda de Entidades não Bancarias

Para além do Banco de Lisboa, e dos Bancos do Norte, houve entidades não bancárias que emitiram papel-moeda. A União Comercial, a Empreza da Estrada de Lisboa ao Porto e a firma João de Brito, são exemplos de um fenómeno que ainda durou alguns anos.

4$800 Réis (184...) Empreza da Estrada de Lisboa ao Porto
A origem deste fenómeno é curiosa. Os documentos (notas) tiveram origem na entrega a clientes como “recibo” de adiantamento de quantias em dinheiro, para pagamento de encomendas futuras, quantias essas que venciam juros. Ao obterem autorização para serem transmitidas a terceiros e reembolsadas, foram consideradas “notas”.


4$800 Réis (1856) Firma João de Brito
9$600 Réis (1856) Firma João de Brito

Primeiras Emissões de Papel-Moeda do Banco de Portugal (1848-1891)

A 19 de Novembro de 1846 é criado o Banco de Portugal. Começou por ser apenas mais um banco, sem o monopólio da emissão de notas. 


10$000 Réis (1848-...)
Desde o início da sua actividade que se tornou num dos principais credores do Estado e, em 1887, chegou mesmo a ser autorizado o estabelecimento de um acordo que lhe concedia as funções de banqueiro do Estado e de caixa geral do tesouro.

18$000 Réis (1854-...)
 No entanto, muitas instituições bancárias, entre os quais os bancos emissores do Norte, resistiram durante alguns anos a este monopólio. 

20$000 Réis (1867-...)
As primeiras notas do Banco de Portugal foram como que a continuação das do Banco de Lisboa. Impressas a uma só cor, sobre fundo branco, muito fáceis de imitar. Com a finalidade de aproveitar o papel existente no Banco de Lisboa, o Banco de Portugal imprimiu as suas notas, durante mais de 28 anos, com a marca de água do antigo Banco emissor (até 1875).

20$000 Réis (1876)
Até 1892 as notas emitidas pelo Banco de Portugal foram manuscritas.
As notas tinham direito a reembolso (cobre, prata ou ouro) só podendo tal acontecer nas Agências do Banco de Portugal, de Lisboa, Porto ou Faro. No caso do Porto e Faro tinham carimbo identificador.

10$000 Réis (1879-1881)
5$000 Réis
Primeira emissão: 3 de Janeiro de 1883.
Ultima emissão:  24 de Maio de 1889.
Retirada da circulação: 2 de Dezembro de 1890.
Cor: Castanho amarelado.


50$000 Reis (1883-1892)
5$00 Réis
Primeira emissão: 28 de Junho de 1890
Ultima emissão: 26 de Setembro de 189.
Retirada da circulação: 26 de Setembro de 1890


5$000 Réis (1890-1891)
$200 Réis (Não Emitida)
2$500 Réis (1891-1893)
Primeira emissão: 03 de Julho de 1891
Ultima emissão: 23 de Março de 1892
Retirada da circulação: 01 de Março de 1893

1$000 Réis
Primeira emissão: 22 de Julho de 1891 
Ultima emissão: 04 de Maio de 1896
Retirada da circulação: 25 de Maio de 1896


$500 Réis
Primeira emissão: 28 de Julho de 1891 
Ultima emissão: 27  de Junho de 1899
Retirada da circulação: 29 de Maio de 1900

Armada Real Portuguesa: Fragatas (1777-1841)

 Navio de guerra superior à corveta, mas inferior à nau, geralmente com duas cobertas e mais trinta bocas-de-fogo. O seu emprego é semelhante ao de guia de esquadra, reconhecimento e combate.

Fragata "Real Fidelissima" (1777-1817)
Fragata construída no estaleiro da marinha em Damão na Índia
Fragata Real Fidelissima
Empregou-se nos serviços de guarda-costa e comboios na Índia.
 Em 1817 perdeu-se no Mar Vermelho incluída numa expedição inglesa.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 28 peças
Guarnição: 200 marinheiros

Fragata "N.S. das Necessidades, Tritão" (1783-1819)
Fragata construída na Ribeira das Naus em Lisboa. Embora fosse um bom navio, não
era tão veleira como se esperava.
Fragata N.S. das Necessidades, tritão
Em 1797 teve um papel importante na batalha do cabo de São Vicente entre ingleses e espanhóis.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 44 peças
Guarnição: 217 marinheiros

Fragata "N.S. da Graça a Fênix" (1787-1819)
Navio foi construído em São Salvador, lançado em 25 de abril de 1785 e lançado ao mar em 13 de agosto de 1787.
N.S. da Graça a Fênix
Durante as Guerras Napoleónicas , Nossa Senhora da Graça foi tomada pelos franceses durante a invasão de Portugal em 1807 . No entanto, quando Lisboa foi libertada no ano seguinte, o navio voltou ao serviço português em setembro de 1808. Em 1815, o navio partiu para o Brasil, levando a Divisão de Voluntários Reais dos soldados do Príncipe. Em 1818, o navio retornou a São Salvador após 30 meses de operação no sul do Brasil. Em 1819, o navio não era mais considerado utilizável e foi queimado.
Características técnicas
Deslocamento: 1500 toneladas
Dimensões: 49,07m comp.
Propulsão: Vela
Armamento: 44 peças
Guarnição: 379 marinheiros

Fragata "N.S. da Vitória e Minerva" (1788-1809)
O Nossa Senhora da Vitória foi construído em Lisboa e lançado ao mar em 18 de julho de 1788.
Fragata N.S. da Vitória e Minerva
Em 1807, junto com o grosso da Marinha Portuguesa, ela participou de a transferência da Corte portuguesa para o Brasil. Em junho de 1809 Minerva partiu do Brasil e em 22 de novembro de 1809 encontrou a fragata francesa Bellone onde foi capturada após longas horas de fuga.
Características técnicas
Deslocamento: 1400 toneladas
Dimensões: 47,78m comp.; 12m boca;
Propulsão: Vela
Armamento: 48 canhões, bateria principal de 18 libras
Guarnição: 349 marinheiros

Fragata "Princesa Carlota" (1791-1812)
Foi construída nos Estaleiros da Marinha da Baía (São Salvador) e lançada ao mar no dia 6 de Outubro de 1791.
 Fragata Princesa Carlota
Este navio cumpriu missões de guarda costas e de proteção e apoio aos nossos navios mercantes que cruzavam o Atlântico nos dois sentidos. Também se sabe que -em 1801- esteve no mar Mediterrâneo, integrado na frota inglesa, que desbaratou a armada franco-espanhola ao largo do cabo Trafalgar. Em 1812, esta fragata foi dada como obsoleta e levada para o Rio de Janeiro, onde se procedeu ao seu desmantelamento.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 44 peças de diferentes calibres
Guarnição: 420 marinheiros

Fragata "Ulisses" (1792-1807)
Foi construída no arsenal da marinha, em Lisboa, e lançada à água no dia 15 de Dezembro de 1792.
 Fragata Ulisses
Em 1793, foi incorporada (a pedido dos nossos aliados britânicos) numa esquadra de reforço das suas forças navais no Mediterrâneo ocidental. Depois, passou para águas do oceano Atlântico, onde, até 1804, assegurou a proteção dos numerosos comboios navais que transitavam entre as costas do Brasil e as da Europa. Depois de se ter exposto a grandes fabricos (também nesse ano de 1804), a armada real portuguesa decidiu mudar-lhe o nome para «Urânia». Em 1807, este navio integrou-se na grande esquadra luso-britânica que conduziu ao Brasil o rei D. João VI e a sua numerosa corte. Foi dada como perdida num naufrágio ocorrido ao largo das ilhas de Cabo Verde no dia 5 de Fevereiro de 1809.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento:  44 bocas de fogo

Fragata "Andorinha" (1797-1810)
Fragata construída no Arsenal da Marinha. Em 1804 foi classificada como corveta.
 Fragata Andorinha
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 32 peças de artilharia
Guarnição: 166 marinheiros

Fragata "Amazona" (1798-1831)
Amazona" foi uma fragata da Marinha Portuguesa, integrante da Armada do Atlântico da Esquadra de Guerra Portuguesa em1800. Considerada uma excelente embarcação, quer pela qualidade das madeiras nela empregadas, quer pelas suas qualidades náuticas
Fragata Amazona
Desempenhou inúmeras comissões, entre as quais deu proteção a diversos comboios para o Brasil (nomeadamente a uma das maiores e mais ricas frotas enviadas ao Brasil durante a guerra com a França em 1800), participou na campanha do Rio da Prata em 1801, cruzou no Estreito de Gibraltar, conduziu deportados liberais para Angra em 1810, navegou nas águas de Santander, Madeira, Açores e Angola. Integrou a esquadra do Estreito em Setembro de 1818 e a esquadra miguelista aos Açores em 1829, tendo participado na Batalha da Praia (11 de Agosto de 1829) e no bloqueio naval da Terceira (Outubro de 1829). No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) acabou por ser capturada pelos franceses em1831.
Características técnicas
Dimensões: 48,16m comp.; 11,89m boca;
Propulsão: Vela
Armamento: 54 canhões
Guarnição: 349 marinheiros

Fragata "Princesa da Beira" (1798-1841)
Navio português de linha de 6ª classe, construído no estaleiro do arsenal da marinha no Pará, lançado ao mar em 1798 com o nome de ‘Princesa da Beira’
Fragata Princesa da Beira
Empregou-se em comboios e em guarda costa
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 28 peças de artilharia
Guarnição: 200 marinheiros

Armada Real Portuguesa: Naus (Nau de linha) (1701-1876)

Nau de Linha
O navio de linha ou nau de linha foi uma embarcação a vela, de alto bordo, com três mastros e grande número de bocas de fogo, muito usual entre os século XVII até meados do século XIX. Este tipo de navio era, normalmente, referido na Marinha Portuguesa, simplesmente como "nau", que não deve ser confundida com a nau dos Descobrimentos, esta também conhecida como "nau redonda"
Nau "N.S. da Conceição" (1701-1724)
Nau construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Armava com 80 peças de artilharia.
Nau N.S. da Conceição
Características técnicas
Dimensões: 67 m comp.; 16,50 m boca;
Propulsão: Vela
Armamento: 80 peças
Guarnição: 700 marinheiros

Nau "N.S. das Brotas (1751-1765)
Nau construída na Ribeira das Naus em Lisboa com 50 peças.
Nau N.S. das Brotas
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 50 peças
Guarnição: 256 marinheiros

Nau "Príncipe da Beira" (ex. N.S. da Ajuda e São Pedro de Alcântara) (1759-1821)
Nau construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Oficialmente era nau de 64 peças de artilharia, mas na realidade armava com 74 peças
Nau Príncipe da Beira (ex. Nossa Senhora da Ajuda e São Pedro de Alcântara)
Depois da modernização, em 1793 passou a chamar-se Princesa da Beira. Foi convertida em nau-cábrea em 1831.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 26 peças calibre 24; 26 peças calibre 12; 8 peças calibre 6; 2 peças calibre 12
Guarnição: 522 marinheiros

Nau "Conde Dom Henrique (ex N.S. do Pilar) (1763-1822)
Nau de 74 peças construída em Lisboa. Modernizada em 1793 passou a chamar-se "Conde Dom Henrique.
Nau Conde Dom Henrique (ex Nossa Senhora do Pilar)
Entrou na esquadra de socorro à Inglaterra em 1794, e acompanhou a família real ao Brasil em 1807 ficando após a independência brasileira.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 28 peças calibre 36; 28 peças calibre 18; 10 peças calibre 9; 2 peças calibre 18; 6 peças de calibre 9
Guarnição: 650 marinheiros

Nau "Martim de Freitas (ex Santo Antonio e S. José, ex Infante D. Pedro Carlos)" (1763-1822)
Esta nau de 70 peças foi construída na Bahia (Brasil) para a Armada Real Portuguesa, sendo lançada à água a 29 de janeiro de 1763 e inicialmente batizada Santo António e São José. Conhecida como Santo António a Pérola da América, entre a marujada era apelidada de nau Cão, pelo facto da respectiva figura-de-proa ser um destes animais.
Nau Martim de Freitas, já com o nome "Pedro I", ostentando a bandeira do Brasil.
Sofreu uma modernização em 1794, sendo o seu nome mudado para "Infante D. Pedro Carlos". Em 1808, passou a designar-se "Martim de Freitas". Em 1822, logo após a Independência do Brasil, foi o primeiro navio a hastear a bandeira do Império, em homenagem a Dom Pedro de Bragança e a primeira capitânia da recém-criada Armada Imperial Brasileira.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 26 peças calibre 24; 26 peças calibre 12; 8 peças calibre 9; 2 peças calibre 12; 4 peças de calibre 1; 4 pedreiros de bronze de calibre 1
Guarnição: 552 marinheiros

Nau "Afonso de Albuquerque (ex N.S. dos Prazeres)" (1767-1822)
Nau de 64 peças, construída no Arsenal da Marinha, em Lisboa.  Considerado o navio mais ronceiro da esquadra do marquês de Niza, em 1797, depois da modernização, passou a chamar-se "Afonso de Albuquerque".
Nau Afonso de Albuquerque (ex N.S. dos Prazeres)
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 26 peças calibre 24; 26 peças calibre 18; 8 peças calibre 9; 2 peças calibre 18
Guarnição: 634 homens, incluindo marinheiros e soldados

Nau "Príncipe Real (ex N.S. da Conceição)" (1771-1822)
Nau de 80 peças, construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Foi o maior navio construído em Portugal desde 1640 e em 1796 Bernardo Ramires Esquível escrevia: 
«esta nau não há dinheiro que pague; tem todas as qualidades em grao superior especialmente a da marcha».
Nau Príncipe Real (ex N.S. da Conceição)
Depois dos fabricos em 1794, passou a chamar-se "Príncipe Real". De acordo com o marquês de Niza, com vento fresco e gáveas nos terceiros rizes dava 9 nós. No entanto, à bolina andava pouco e governava mal.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 30 peças calibre; 30 peças calibre 18; 12 peças calibre 9; 2 peças calibre 18; 6 peças calibre 9
Guarnição: 950 homens, incluindo marinheiros e soldados

Nau "Coração de Jesus, Maria I" (1789-1810)
Nau de 74 peças, construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Segundo consta tinha más qualidades náuticas e desarvorava com frequência.
Nau Coração de Jesus, Maria I
Perdeu-se por encalhe no porto de Cádis em 1810.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 74 peças de artilharia, dos calibres 24 18 e 9.
Guarnição: 641 marinheiros

Nau "Rainha de Portugal" (1791-1848)
O Rainha de Portugal foi uma nau portuguesa de 74 peças, lançada em 1791 pelo estaleiro da Ribeira das Naus, Lisboa. Tinha o fundo forrado com chapas de cobre e na sua construção foram utilizadas madeiras do Brasil e da Pederneira. 
Nau Rainha de Portugal
De acordo com o cardeal Saraiva, das duas vezes que o navio esteve em portos de Inglaterra, os construtores inglese «lhe tiraram o risco e dimensões». Aliás, a nau inglesa Windsor Castle parece ter sido uma cópia da Rainha de Portugal. Entre 1798 e 1807, fez parte da Esquadra do Estreito que se encontrava no mar Mediterrâneo. Realizou diversas missões de soberania na América do Sul, até que, em 1821, regressou a Portugal. Em 1833, durante da Guerra Civil Portuguesa, a nau participou de maneira ativa ao lado das forças absolutistas na batalha naval do cabo de São Vicente.
Características técnicas
Dimensões: 57 m comp.; 14,40 m boca;
Propulsão: Vela
Armamento: 28 peças calibre 36; 22 peças calibre 24; 16 peças calibre 12
Guarnição: 670 homens, incluindo marinheiros e soldados

Nau "D. João VI" (ex N.S. dos Mártires) (1816-1852)
Nau de 74 peças construída na Arsenal da Marinha em Lisboa. Quando em 1806 foi assente a quilha recebeu o nome "Nossa Senhora dos Mártires", mas ainda durante a construção passou a chamar-se D. João, Príncipe Regente. Tinha como figura-de-proa o génio de
Lízia.
Nau D. João IV
Foi navio chefe da esquadra da Baía em 1822 e 1823. Tomou parte nas lutas liberais no mar.
Foi dada como inútil em 1852.
Características técnicas
Dimensões: 60 m comp.; 16,85 m boca;
Deslocamento: 3206 toneladas
Propulsão: Vela
Armamento: 30 peças calibre 22; 30 peças calibre 18; 14 caronadas de 32 libras
Guarnição: 577 marinheiros

Nau "Vasco da Gama" (ex Cidade de Lisboa) (1841-1876)
O navio de 80 peças foi construído no Arsenal da Marinha, em Lisboa, sendo, lançado à água em 2 de setembro de 1841. Durante a construção foi batizada Cidade de Lisboa, mas foi rebatizada Vasco da Gama ainda antes de ser lançada à água.
Nau Vasco da Gama
Foi a segunda nau chamada Vasco da Gama e foi a última nau ao serviço da Marinha Portuguesa.
Características técnicas
Deslocamento: 3200 toneladas
Propulsão: Vela
Armamento: 80 peças
Guarnição: 650 marinheiros

A introdução dos navios couraçados no final da década de 1860 levou ao rápido declínio da Nau de linha.