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Armada Real Portuguesa: Naus (Nau de linha) (1701-1876)

Nau de Linha
O navio de linha ou nau de linha foi uma embarcação a vela, de alto bordo, com três mastros e grande número de bocas de fogo, muito usual entre os século XVII até meados do século XIX. Este tipo de navio era, normalmente, referido na Marinha Portuguesa, simplesmente como "nau", que não deve ser confundida com a nau dos Descobrimentos, esta também conhecida como "nau redonda"
Nau "N.S. da Conceição" (1701-1724)
Nau construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Armava com 80 peças de artilharia.
Nau N.S. da Conceição
Características técnicas
Dimensões: 67 m comp.; 16,50 m boca;
Propulsão: Vela
Armamento: 80 peças
Guarnição: 700 marinheiros

Nau "N.S. das Brotas (1751-1765)
Nau construída na Ribeira das Naus em Lisboa com 50 peças.
Nau N.S. das Brotas
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 50 peças
Guarnição: 256 marinheiros

Nau "Príncipe da Beira" (ex. N.S. da Ajuda e São Pedro de Alcântara) (1759-1821)
Nau construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Oficialmente era nau de 64 peças de artilharia, mas na realidade armava com 74 peças
Nau Príncipe da Beira (ex. Nossa Senhora da Ajuda e São Pedro de Alcântara)
Depois da modernização, em 1793 passou a chamar-se Princesa da Beira. Foi convertida em nau-cábrea em 1831.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 26 peças calibre 24; 26 peças calibre 12; 8 peças calibre 6; 2 peças calibre 12
Guarnição: 522 marinheiros

Nau "Conde Dom Henrique (ex N.S. do Pilar) (1763-1822)
Nau de 74 peças construída em Lisboa. Modernizada em 1793 passou a chamar-se "Conde Dom Henrique.
Nau Conde Dom Henrique (ex Nossa Senhora do Pilar)
Entrou na esquadra de socorro à Inglaterra em 1794, e acompanhou a família real ao Brasil em 1807 ficando após a independência brasileira.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 28 peças calibre 36; 28 peças calibre 18; 10 peças calibre 9; 2 peças calibre 18; 6 peças de calibre 9
Guarnição: 650 marinheiros

Nau "Martim de Freitas (ex Santo Antonio e S. José, ex Infante D. Pedro Carlos)" (1763-1822)
Esta nau de 70 peças foi construída na Bahia (Brasil) para a Armada Real Portuguesa, sendo lançada à água a 29 de janeiro de 1763 e inicialmente batizada Santo António e São José. Conhecida como Santo António a Pérola da América, entre a marujada era apelidada de nau Cão, pelo facto da respectiva figura-de-proa ser um destes animais.
Nau Martim de Freitas, já com o nome "Pedro I", ostentando a bandeira do Brasil.
Sofreu uma modernização em 1794, sendo o seu nome mudado para "Infante D. Pedro Carlos". Em 1808, passou a designar-se "Martim de Freitas". Em 1822, logo após a Independência do Brasil, foi o primeiro navio a hastear a bandeira do Império, em homenagem a Dom Pedro de Bragança e a primeira capitânia da recém-criada Armada Imperial Brasileira.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 26 peças calibre 24; 26 peças calibre 12; 8 peças calibre 9; 2 peças calibre 12; 4 peças de calibre 1; 4 pedreiros de bronze de calibre 1
Guarnição: 552 marinheiros

Nau "Afonso de Albuquerque (ex N.S. dos Prazeres)" (1767-1822)
Nau de 64 peças, construída no Arsenal da Marinha, em Lisboa.  Considerado o navio mais ronceiro da esquadra do marquês de Niza, em 1797, depois da modernização, passou a chamar-se "Afonso de Albuquerque".
Nau Afonso de Albuquerque (ex N.S. dos Prazeres)
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 26 peças calibre 24; 26 peças calibre 18; 8 peças calibre 9; 2 peças calibre 18
Guarnição: 634 homens, incluindo marinheiros e soldados

Nau "Príncipe Real (ex N.S. da Conceição)" (1771-1822)
Nau de 80 peças, construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Foi o maior navio construído em Portugal desde 1640 e em 1796 Bernardo Ramires Esquível escrevia: 
«esta nau não há dinheiro que pague; tem todas as qualidades em grao superior especialmente a da marcha».
Nau Príncipe Real (ex N.S. da Conceição)
Depois dos fabricos em 1794, passou a chamar-se "Príncipe Real". De acordo com o marquês de Niza, com vento fresco e gáveas nos terceiros rizes dava 9 nós. No entanto, à bolina andava pouco e governava mal.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 30 peças calibre; 30 peças calibre 18; 12 peças calibre 9; 2 peças calibre 18; 6 peças calibre 9
Guarnição: 950 homens, incluindo marinheiros e soldados

Nau "Coração de Jesus, Maria I" (1789-1810)
Nau de 74 peças, construída no Arsenal da Marinha em Lisboa. Segundo consta tinha más qualidades náuticas e desarvorava com frequência.
Nau Coração de Jesus, Maria I
Perdeu-se por encalhe no porto de Cádis em 1810.
Características técnicas
Propulsão: Vela
Armamento: 74 peças de artilharia, dos calibres 24 18 e 9.
Guarnição: 641 marinheiros

Nau "Rainha de Portugal" (1791-1848)
O Rainha de Portugal foi uma nau portuguesa de 74 peças, lançada em 1791 pelo estaleiro da Ribeira das Naus, Lisboa. Tinha o fundo forrado com chapas de cobre e na sua construção foram utilizadas madeiras do Brasil e da Pederneira. 
Nau Rainha de Portugal
De acordo com o cardeal Saraiva, das duas vezes que o navio esteve em portos de Inglaterra, os construtores inglese «lhe tiraram o risco e dimensões». Aliás, a nau inglesa Windsor Castle parece ter sido uma cópia da Rainha de Portugal. Entre 1798 e 1807, fez parte da Esquadra do Estreito que se encontrava no mar Mediterrâneo. Realizou diversas missões de soberania na América do Sul, até que, em 1821, regressou a Portugal. Em 1833, durante da Guerra Civil Portuguesa, a nau participou de maneira ativa ao lado das forças absolutistas na batalha naval do cabo de São Vicente.
Características técnicas
Dimensões: 57 m comp.; 14,40 m boca;
Propulsão: Vela
Armamento: 28 peças calibre 36; 22 peças calibre 24; 16 peças calibre 12
Guarnição: 670 homens, incluindo marinheiros e soldados

Nau "D. João VI" (ex N.S. dos Mártires) (1816-1852)
Nau de 74 peças construída na Arsenal da Marinha em Lisboa. Quando em 1806 foi assente a quilha recebeu o nome "Nossa Senhora dos Mártires", mas ainda durante a construção passou a chamar-se D. João, Príncipe Regente. Tinha como figura-de-proa o génio de
Lízia.
Nau D. João IV
Foi navio chefe da esquadra da Baía em 1822 e 1823. Tomou parte nas lutas liberais no mar.
Foi dada como inútil em 1852.
Características técnicas
Dimensões: 60 m comp.; 16,85 m boca;
Deslocamento: 3206 toneladas
Propulsão: Vela
Armamento: 30 peças calibre 22; 30 peças calibre 18; 14 caronadas de 32 libras
Guarnição: 577 marinheiros

Nau "Vasco da Gama" (ex Cidade de Lisboa) (1841-1876)
O navio de 80 peças foi construído no Arsenal da Marinha, em Lisboa, sendo, lançado à água em 2 de setembro de 1841. Durante a construção foi batizada Cidade de Lisboa, mas foi rebatizada Vasco da Gama ainda antes de ser lançada à água.
Nau Vasco da Gama
Foi a segunda nau chamada Vasco da Gama e foi a última nau ao serviço da Marinha Portuguesa.
Características técnicas
Deslocamento: 3200 toneladas
Propulsão: Vela
Armamento: 80 peças
Guarnição: 650 marinheiros

A introdução dos navios couraçados no final da década de 1860 levou ao rápido declínio da Nau de linha.

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