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Bancos Emissores do Norte: Banco Comercial do Porto & Banco do Minho

Nota de 10$000 Réis (1835) Banco Comercial do Porto
Apesar do contrato de exclusividade de emissão de notas outorgado ao "Banco de Lisboa" prever uma duração de pelo menos 20 anos o exclusivo de emissão de notas foi mantido ate 1935, ano em que o recém-criado "Banco Comercial do Porto" foi autorizado a emitir notas pagáveis ao portador. 


Nota de 100$000 Réis (1835) Banco Comercial do Porto
Nota de 50$000 Réis (1837) Banco Comercial do Porto
Outros bancos como o "Banco Mercantil Portuense (1856)", o "Banco União do Porto (1861)"o "Banco Aliança (1863)"o "Banco do Minho (1864)o "Banco Comercial de Braga (1873)o "Banco Industrial do Porto (1874)" tiveram autorização para emitir notas.

Nota de 10$000 Réis (1859) Banco Comercial do Porto
O ‘Banco do Minho’ (BM) foi instituído por carta de lei de 14 de Abril de 1864, com sede em Braga, e iniciou a sua atividade em Junho de 1865.

2$500 Réis (1867)Banco do Minho
Havia, portanto, não um único banco emissor no norte do país, mas vários.Estes estavam nas cidades do Porto, Guimarães e Braga, ficando a partir de 1850 a exclusividade do "Banco de Portugal" restrita ao distrito de Lisboa.

Esta pluralidade foi revertida com o Contrato de 10 de Dezembro de 1887 a atribuir o exclusivo da emissão para todo o país ao Banco de Portugal, perdendo os restantes sete bancos esse privilégio.

  As negociações sobre os moldes como os bancos emissores do norte teriam as suas notas em circulação resgatadas prolongaram-se, tendo a pluralidade da emissão prosseguido até que foi ratificada o seu fim efetivo no Decreto de 9 de Julho de 1891.


Armada Real Portuguesa: Galeões Portugueses (1534-1665)

Um galeão é um navio que se distingue dos restantes navios pelo facto de possuir quatro mastros, de alto bordo, armado em guerra, frequentemente utilizado no transporte de cargas que possuíam alto valor na navegação oceânica entre os séculos XVI e XVIII.  Uma das suas características é a existência do chamado "castelo", à sua popa, apresentando até à proa uma pequena curva.

Galeão "São João Baptista" (1534–1551)
O São João Baptista (mais conhecido pela alcunha de Botafogo) foi construída por João Galego, em Lisboa, a construção foi iniciada a 29 de Agosto de 1533, trabalhando nele diariamente 30 operários, e foi lançado ao mar a 24 de Junho de 1534. Foi uma das primeiras embarcações registradas a ter portas de armas com tampas, que eram abertas para expor o canhão como uma demonstração de poder de fogo.
Galeão São João Baptista (Botafogo)
Na sua época, era o mais poderoso navio de guerra do mundo, estava armado com 366 bocas de fogo de bronze, tendo, portanto, um tremendo poder de fogo. Por essa razão tornou-se conhecido por Botafogo.  Este navio foi usado quer no Atlântico quer no Mediterrâneo onde ficou famoso durante a Conquista de Túnis (1535) , quando bombardeou a fortaleza de La Goletta. Em 1550, foi despachado para o Brasil o então "velho e famosíssimo galeão Botafogo", e no ano seguinte, foi desmontado em Pernambuco.
Características técnicas
Deslocamento: 1000 toneladas
Propulsão: Vela
Armamento: Estimativa 366 bocas de fogo de bronze

Galeão "São Martinho" (1580-1588)
O São Martinho foi um galeão da Marinha Portuguesa, construído em 1580. Quando Filipe II de Espanha se tornou, em 1580, Rei de Portugal, os Portugueses tinham acabado de construir um enorme galeão chamado São Martinho. O navio foi imediatamente colocado ao serviço da Espanha, sendo conhecido, em Castelhano como San Martín.
O São Martinho combatendo com navios ingleses
Quando a Armada Invencível foi reunida, verificou-se que o São Martinho era o melhor navio da esquadra, sendo escolhido para nau capitânia do duque de Medina Sidónia. O São Martinho sofreu pesados danos na Batalha de Gravelines, em julho de 1588, ao ser atacado por um grupo de navios ingleses, liderados por Francis Drake. No entanto, com o apoio de outro galeão, conseguiu escapar. O navio conseguiu liderar a Armada de volta à Península Ibérica.
Características técnicas
Dimensões: 54m comp.; 12m boca
Propulsão: 2 mastros de velas redondas; 1 mastro de velas latinas
Armamento: 54 bocas de fogo pesadas
Guarnição: 379 marinheiros

Galeão "Santa Teresa" (1639)
O galeão "Sta. Teresa" foi um dos últimos navios que fez Portugal permanecer na linha da frente em tecnologia naval. Era um grande navio construído com elevadíssimos padrões de qualidade, alto, relativamente fácil de manobrar, tinha uma grande velocidade e um enorme poder de fogo. Era um navio típico usado pela marinha portuguesa, que passado pouco tempo viria a dar origem ao navio de linha moderno. 
Galeão Santa Teresa
Este galeão português entrou na batalha dos Downs entre Espanha e Holanda O "Sta. Teresa" combateu de forma honrosa, só os canhões de estibordo dispararam 1520 tiros, impedindo o navio de ser abordado pelos holandeses. Todavia, o galeão português acabou, por ser incendiado (a 31/10/1639) e a tripulação foi obrigada a abandonar o navio com a perda de muitas vidas.
Características técnicas
Armamento: 60 Canhões

Galeão "Santa Luzia" (1649-1650)
Santa Luzia foi provavelmente construída para a Companhia Geral do Brasil. Em 1649 Largou para o Brasil na Armada do conde de Castelo Melhor.
Galeão Santa Luzia
Em 21 de fevereiro de 1650, ao largo do Cabo Santo Agostinho , o Santa Luzia , foi atacado por uma esquadra de nove navios holandeses. O Santa Luzia defendeu-se com um violento duelo de artilharia, que durou até a noite. Após o combate, Santa Luzia ancorou perto da costa, a fim de atender os feridos e reparar os danos sofridos. No dia 22 de fevereiro, pela manhã, o combate voltou. Manobrando habilmente, o Esquível não cessou fogo contra os navios holandeses que ousaram se aproximar de Santa Luzia. No meio da tarde, tendo chegado à conclusão de que Santa Luzia era muito difícil de derrotar, os holandeses puseram fim à luta recuando para o norte. O destino de Santa Luzia depois disso é desconhecido.
Características técnicas
Deslocamento: 360 toneladas
Propulsão: Vela
Armamento: 30 bocas de fogo de bronze


Galeão "Santíssimo Sacramento da Trindade" (1653-1660)
Galeão que também aparece como Nau.
 Galeão Santíssimo Sacramento da Trindade
Em 1654, no regresso da Índia com o Conde de Óbidos, derrotou alguns navios que o atacaram próximo da Madeira. Em 1658, incluído na Armada como Navio-chefe, combateu os holandeses na barra de Goa. Em 1660 achava-se em Mormugão,
Características técnicas
Armamento: 54 peças de artilharia

Galeão "Padre Eterno" (1663-1665)
O Padre Eterno foi um galeão português, construído no Brasil no século XVII. Foi considerado, à época, o maior navio do mundo.
Galeão Padre Eterno
O armamento que possuía superava o de muitas fortalezas coloniais à época. As madeiras e o seu projeto tornavam-no leve e resistente, além de fácil de ser manobrado. O seu mastro principal era feito de um único tronco, com quase três metros de circunferência na base. Este prodígio da construção naval luso-brasileira viria a naufragar nas águas do Oceano Índico, em1665.
Características técnicas
Deslocamento: 3000 toneladas
Dimensões: 73 m comp.
Propulsão: Vela
Armamento: 164 peças de artilharia
Guarnição: 3000 marinheiros

Emissões de Papel-Moeda do Primeiro Banco em Portugal (1824)

O primeiro Banco que existiu em Portugal Continental foi o Banco de Lisboa. Com funções comerciais e emissoras, nasceu em Dezembro de 1821.


Nota de 19$200 Réis (1824)

Nota de 48$00 Réis (1824)
Em Março de 1825 foi aprovada a abertura de uma filial no Porto e em 1846 o Banco de Lisboa fundiu-se com a Companhia Confiança Nacional, dando origem ao Banco de Portugal.


Nota de 19$200 Réis (1826)

D. Maria II sobe ao trono em 1834. Das principais medidas tomadas pelo seu governo é de salientar a introdução da máquina a vapor na indústria, a obrigatoriedade da instrução primária, a introdução do sistema decimal monetário e a criação do Banco de Portugal..

Nota de 4$800 Reis (1843)
O papel utilizado no fabrico das primeiras notas foi fornecido pela Fábrica de Alenquer, passando depois a ser comprado em Inglaterra. As notas do Banco de Lisboa, são de extrema beleza. Foram desenhadas pelo famoso pintor Domingos Sequeira (acionista do Banco) que fez questão de nelas pôr toda a sua arte.

Emissões de Papel-Moeda do Primeiro Banco Português (1810)

O primeiro banco português não foi fundado em Portugal, mas sim no Brasil, pois nesta época o Brasil era uma colónia portuguesa. 

Bilhete de 4$000 Réis de 1810
O crescimento dos gastos com a presença da Corte portuguesa no Rio de Janeiro e a falta de metal precioso levaram à necessidade de emissão de moeda de papel para atender ao comércio. D. João VI criou, por alvará régio de 12 de Novembro de 1808, o Banco do Brasil, o quarto banco emissor a aparecer no mundo, precedido pelo Banco de Estocolmo (1656), Banco de Inglaterra (1694) e pelo Banco da França (1700).

Bilhete de 6$000 Réis de 1810

Em 1810 tiveram lugar as primeiras emissões do Banco do Brasil para atender como sempre às despesas do governo. Eram bilhetes preenchidos e assinados a mão, apresentados em talões e recortados de modo a facilitar a verificação de autenticidade pela coincidência da linha de corte.


Bilhete de 40$000 Réis de 1810
Com a derrocada de Napoleão em 1815, D. João, inspirado pelo Congresso de Viena, eleva o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves. Com a queda do império napoleónico, D. João VI retorna a Portugal em 1821 para reassumir o trono, ameaçado pela Revolução Constitucionalista do Porto. Ao retornar D. João VI a Portugal, seu filho D. Pedro assume o governo do Reino na condição de Príncipe Regente. 


Bilhete de 90$000 Réis de 1810



Bilhete de 100$000 Réis de 1810
Em 31 de Dezembro de 1821 foi instituído o primeiro Banco em Portugal, o Banco de Lisboa. No entanto, as tentativas do governo constitucional de Lisboa de fazer o Reino do Brasil reverter à condição de colónia aceleram o processo, levando o próprio Regente a proclamar a independência em 1822 e a ser aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, com o título de D. Pedro I.

Família Botânica "Euphorbiaceae"

Euphorbia Pulcherrima
A poinsétia também designada pelos nomes de bico-de-papagaio, rabo-de-arara, flor-do-natal ou estrela-do-natal é uma planta originária do México.

Informação
Reino: Plantas
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malpighiales
Família: Euphorbiaceae
Género: Euphorbia
Espécie: E. Pulcherrima

Armada Real Portuguesa: As Naus da Era dos Descobrimentos (1497-1647)

Nau é denominação genérica dada a navios de grande porte que foi muito utilizada em meados do século XV e XVI. Devido à pirataria que assolava a costa portuguesa e ao esforço nacional de criação de uma armada para as combater, as naus redondas passaram a ser utilizadas também na marinha de guerra. Nesta altura, foram introduzidas as bocas-de-fogo, que levaram à classificação das naus segundo o poder de artilharia: naus de três pontas (100 a 120 bocas) e naus de duas pontas e meia (80 bocas). A capacidade de transporte das naus redondas também aumentou, alcançando as duzentas toneladas no século XV, e, as quinhentas, no século seguinte.

Nau "São Gabriel" (1497-1499)
A nau São Gabriel serviu como nau-capitânia da armada de Vasco da Gama durante a sua primeira viagem na Descoberta do caminho marítimo para a Índia, que aconteceu no período de 1497-1499.
 Modelo da Nau São Gabriel
Até hoje paira uma grande dúvida sobre a célebre nau São Gabriel. Esta nau, que foi a embarcação-capitânia (nau de comando) da pequena frota de Vasco da Gama, foi utilizada por Pedro Álvares Cabral para comandar a frota que veio ao Brasil em 1500? A resposta é: tudo parece indicar que sim. 
Características técnicas
Deslocamento: 120 toneladas
Dimensões: 31 m comp.; 9,80 m boca; 4,4 m calado
Propulsão: Vela
Armamento: 20 Bombardas
Guarnição: 70 marinheiros

Nau "São Rafael" (1498-1499)
A nau São Rafael foi construída pelo mesmo estaleiro e ao mesmo tempo para o mesmo fim da nau São Gabriel e as suas dimensões eram semelhantes.
Nau São Rafael
A nau São Rafael foi queimada ao largo de Mombaça, no local que ficou conhecido por baixos de São Rafael.

Nau "Esmeralda" (1498–1503)
A Esmeralda foi uma nau portuguesa, que pertencia à Carreira da Índia e estava incluída na 2ª armada de Vasco da Gama. Terá naufragado em maio de 1503, matando todos os tripulantes a bordo ao largo da ilhas de Curia Muria.
 Nau Esmeralda
 O navio foi descoberto em 2016. Depois da sua descoberta foram recuperadas várias preciosidades arqueológicas do navio, incluindo sinos, canhões e discos de cobre com a marca da família real portuguesa. Foi nos destroços do Esmeralda que foi encontrado, em 2013, o segundo exemplar conhecido da moeda de prata criada por D. Manuel especificamente para o comércio com a Índia. Tambem foi encontrado um astrolábio datado de 1498 e é considerado o mais antigo astrolábio do mundo recuperado. Mede 175 milímetros, pesa 344 gramas.

Nau "El-Rey" (1500-1501)
A El-Rei, ou El-Rey, na grafia quinhentista portuguesa, foi uma nau da Carreira das Índias que fez parte da 2ª Armada da Índia comandada por Pedro Álvares Cabral, que partiu de Lisboa a 9 de Março de 1500, com mais treze naus e 1 500 homens. A frota cruzou a Linha do Equador a 9 de abril e navegou rumo a oeste afastando-se o mais possível do continente africano, utilizando uma técnica de navegação conhecida como a volta do mar. Os marujos avistaram algas-marinhas no dia 21 de abril, o que os levou a acreditar que estavam próximos da costa. Provou-se estarem certos na tarde do dia seguinte, quarta-feira, 22 de abril de 1500, a tripulação da nau El-Rei, avista o Brasil e ancoram na costa do Monte Pascoal. 
Representação da nau El-Rey
Depois da chegada a Calecute a 13 de setembro, e depois da instalação da feitoria e do seu posterior ataque (16 ou 17 de Dezembro), a nau El-Rei também participa no bombardeamento da cidade de Calecute. Por fim, carregada de especiarias, a frota foi para Cananor, a fim de comerciar uma vez mais antes de partir em sua viagem de retorno a Portugal em 16 de janeiro de 1501. Chegando a Armada à região de Quiloa, a nau El-Rei foi vítima de ventos, o que alterou o seu rumo, e fez com que encalhasse num baixio, perto da costa de Melinde. Depois do embate, Sancho de Tovar ordenou que a nau fosse abandonada, salvando-se a tripulação. A nau El-Rei foi então incendiada para não cair nas mãos dos muçulmanos.
Características técnicas
Deslocamento: 200 toneladas
Propulsão: Vela
Guarnição: 160 marinheiros

Nau "Santa Catarina do Monte Sinai" (1500-1528)
A nau Santa Catarina do Monte Sinai foi construída em Cochim, no Estado Português da Índia, e lançada ao mar em 1500, foi um dos mais poderosos navios de guerra do seu tempo.
Nau Santa Catarina do Monte Sinai
Serviu na Carreira da Índia até 1520, ano em que foi escolhida para nau-capitânia da armada que conduziu à Itália a Infanta D. Beatriz - filha de Manuel I de Portugal. Em 1524 foi escolhida para capitânia da armada que iria conduzir Vasco da Gama à Índia, como seu vice-rei. No oceano Índico participou em operações navais, entre as quais se destacou o ataque a Mombaça (1528), quando serviu de capitânia a D. Nuno da Cunha, tendo a cidade sido arrasada pelo fogo da artilharia portuguesa na ocasião.
Características técnicas
Deslocamento: 800 toneladas
Dimensões: 38 m comp.; 13 m boca
Propulsão: Vela
Armamento: 140 peças de artilharia

Nau "Nau Flor do Mar" (1502-1511)
Construída nos estaleiros da Ribeira das Naus em Lisboa, a Flor do Mar foi uma das mais avançadas embarcações da sua época, integrando a Carreira das Índias.
 Réplica da nau "Flor de la Mar" no Museu Marítimo da Malásia
Participou em vários acontecimentos marcantes no oceano Índico até ao seu naufrágio na noite de 20 de novembro em 1511 no estreito de Malaca. Na ocasião transportava Afonso de Albuquerque, de regresso da conquista de Malaca, com um imenso espólio e tesouros para o rei D. Manuel I de Portugal, que se perderam ao largo da costa da Samatra, tornando-a um dos mais míticos e cobiçados tesouros perdidos da História.
Características técnicas
Deslocamento: 400 toneladas
Dimensões: 36 m comp.; 8 m boca
Propulsão: Vela

Nau "Madre de Deus" (1589-1592)
A nau Madre de Deus foi o maior navio do mundo no seu tempo, construída na Ribeira das Naus em Lisboa em 1589, para a Carreira da Índia
Modelo da Nau Madre de Deus
Em agosto de 1592, carregada de valiosíssimas mercadorias, de regresso a Lisboa na sua segunda viagem à Índia, foi atacada e capturada por uma frota inglesa de seis navios perto da ilha das FloresSegundo o uso na época, quando um navio fosse capturado, procedia-se ao transbordo da carga e o navio apresado era incendiado e afundado. Contudo, os corsários ingleses ficaram tão impressionados com as dimensões da nau portuguesa que a rebocaram para Inglaterra. A Madre de Deus constituiu um dos maiores saques da História.
Características técnicas
Deslocamento: 1600 toneladas
Dimensões: 50 m comp.; 14,5 m boca
Propulsão: Vela
Guarnição: 700 marinheiros

Nau "N.S. do Rosário" (1647)
Nau que em 1647 largou para o Brasil na Armada do Conde de Vila Pouca de Aguiar. Neste período, Portugal estava em guerra declarada contra a Holanda, apelidado por alguns de a "primeira guerra mundial".
Nau N.S. do Rosário
A nau Nossa Senhora do Rosário" navegava em mar aberto quando dois galeões holandeses avançam para cortar o caminho do enorme navio português. Eles cercam o poderoso "Nossa Senhora do Rosário" e prendem os navios preparando-se para abordar o Galeão. O capitão português toma uma decisão importante. Ordenou que se ateasse fogo ao convés de munições, explodindo o seu próprio navio numa bola de fogo gigante. Apenas nove marinheiros sobreviveram. O navio holandês "Utrecht" foi apanhado na explosão e desapareceu no oceano naquele instante . O navio holandês "Nassau" foi terrivelmente danificado e toda a tripulação abandonou o navio.

Apólices do Real Erário (1797-1834)

O papel-moeda ou mais conhecido como notas, tem a sua origem na China do século VII, mas foi apenas no ano de 812 (século IX) que o seu uso foi oficializado. A importância de um meio de troca que facilitasse o comércio, esteve na origem no nascimento das notas como meio de pagamento ou troca.

Na Europa as primeiras notas surgiram na Suécia no ano de 1661 (século XVII), pela mão do cambista (banqueiro da Idade Média) Johan Palmstruch, que as entregava como forma de “recibo” às pessoas que depositavam ouro ou outro metal no Banco de Estocolmo, banco este que fora fundado pelo próprio.

A história do papel-moeda em Portugal, inicia-se com os chamados escritos da Casa da Moeda, no ano de 1687, sendo rapidamente aceite pela sua comodidade em relação às pesadas bolsas com moedas. 

Apólice de 5$000 Réis de 1797
A emissão das apólices do Real Erário como papel-moeda iniciou-se a 1 de Agosto de 1797.

Apólice de 10$000 Réis de 1797

Na sua origem está um empréstimo de dez milhões de cruzados para cobrir as despesas resultantes do envolvimento português na guerra do Rossilhão. 



Apólice de 20$000 Réis de 1797
Não eram notas de banco pois ainda os não havia entre nós, mas eram tratadas pelo estado como se o fossem. “Foram emitidas entre 1797 e 1807 para tentar cumprir os seus compromissos, dado que, pelas graves dificuldades financeiras em que o país se encontrava, não o podia fazer em metálico e que as pessoas não podiam recusar-se a recebê-lo nos pagamentos (curso forçado)”.

Apólice de 2$400 Réis de 1798
Apólice de 5$000 Réis de 1798
No início do século XIX, o valor em circulação destas apólices tinha atingido o valor
aproximado de 160 milhões de réis.

Apólice de 10$000 Réis de 1799
Apólice de 20$000 Réis de 1798
 Com a perspectiva da declaração de guerra da França napoleónica a Portugal, a situação financeira do país piorou. Novo empréstimo foi mandado emitir até ao montante de 12 milhões de cruzados.

Apólice de 1$200 Réis de 1799
Apólice de 2$400 Réis de 1799
Apólice de 5$000 Réis de 1799
Apólice de 6$400 Réis de 1799
Apólice de 10$000 Réis de 1799
Apólice de 12$000 Réis de 1799
Apólice de 20$000 Réis de 1799
 Após a invasão francesa, a Corte portuguesa fugiu para o Brasil a 27 de Novembro de 1807 como medida de salvaguarda da soberania nacional.

Apólice de 1$200 Réis de 1805
Uma das determinações alcançadas nas Cortes de 1821 aquando do regresso do Rei à Metropele foi o mecanismo para diminuir a dívida pública, nomeadamente o retirar de circulação das apólices do Real Erário. foi promovida a criação de uma instituição bancária estatal: o Banco de Lisboa, fundado pela Carta de Lei de 31 de Dezembro desse ano. As suas notas serviriam precisamente para substituir a função de papel-moeda das apólices.

Apólice de 2$400 Réis de 1805
Finalmente, as apólices do Real Erário foram extintas no Decreto de 23 de Julho de 1834, promulgado pelo rei Pedro IV.

Chegavam assim ao fim a experiência do papel-moeda como apólices do Real Erário e dos quase 40 anos de existência, algo ruinosa para as finanças do país, mas contribuindo, apesar disso, para a fundação do Banco de Lisboa, primórdios do que seria o primeiro e efectivo banco central português: o Banco de Portugal.