Partilha

🐦 Família Hirundinidae – As mensageiras do céu que anunciam a primavera

Chegam com os dias mais longos, quando o ar já cheira a sol e o campo desperta. De repente, o céu enche-se de voos rápidos e gritos alegres — as andorinhas regressam, vindas de terras distantes, cortando continentes e mares para reencontrar os mesmos beirais, as mesmas pontes, os mesmos ninhos.

São símbolos de renovação e esperança, ligadas ao ciclo das estações e à delicada harmonia entre o homem e a natureza. Poucas aves despertam tanta simpatia como as andorinhas.


Quem são as andorinhas?

As andorinhas pertencem à família Hirundinidae, um grupo de aves insetívoras que se distingue pelo corpo elegante, asas longas e pontiagudas e cauda bifurcada.
Adaptadas ao voo, são verdadeiras acrobatas do ar: caçam insetos em movimento, mergulhando e subindo em curvas rápidas, quase sem esforço visível.

🧬 Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Hirundinidae

Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica)

A Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) é, talvez, a mais conhecida das andorinhas em Portugal e é um símbolo emblemático da primavera e do bom tempo. É uma ave migratória estival, conhecida pela sua proximidade com os assentamentos humanos, especialmente em áreas rurais.

Andorinha pousada num fio ao pôr-do-sol

Descrição Física: A parte superior do corpo (dorso e asas) é de um azul muito escuro e brilhante, que pode parecer preto à distância. A parte inferior é clara, contrastando com uma garganta vermelha escura e uma faixa peitoral preta. A sua característica mais distintiva é a cauda longa e profundamente bifurcada, com as duas penas exteriores muito compridas, o que lhe confere um voo elegante e acrobático. Pode medir ate cerca de 20 cm de comprimento.

Migração: É uma ave migradora transsaariana. Chega a Portugal continental geralmente entre fevereiro e março, sendo uma das primeiras migradoras estivais a chegar, e permanece até outubro, quando inicia a longa viagem de regresso para a África subsariana, podendo chegar até à África do Sul.


Ninho sob beiral de casa

Nidificação: Constrói ninhos em forma de meia taça aberta, feitos de bolinhas de lama misturadas com material vegetal e saliva, que são fixados em paredes ou vigas no interior de edifícios. Não forma colónias grandes, nidificando solitariamente ou em pequenos grupos.


Andorinha-dáurica (Cecropis daurica)

A Andorinha-dáurica (Cecropis daurica) é uma andorinha com uma distribuição vasta, do sul da Europa ao Japão, e é uma migradora estival comum em Portugal.

Cecropis Daurica (Andorinha Dáurica)

Descrição Física: Distingue-se da andorinha-das-chaminés por ter o uropígio (parte inferior das costas, acima da cauda) de cor creme ou laranja pálido e uma mancha castanho-avermelhada na nuca e face. Ao contrário da andorinha-das-chaminés, não possui uma banda peitoral preta distinta. É ligeiramente menor, com cerca de 17-18 cm de comprimento.


🤔Curiosidades

🌍 As andorinhas podem viajar mais de 10.000 km entre África e a Europa em cada migração.
🏡 Regressam, quase sempre, ao mesmo ninho todos os anos.
🕊️ Em muitas culturas, representam liberdade, lealdade e boas novas.
🪶 Em Portugal, o azulejo da andorinha tornou-se símbolo de lar e regresso — popularizado por Bordallo Pinheiro.
🌦️ Diz-se que “as andorinhas voam baixo quando vai chover” — e há verdade nisso: os insetos descem quando a humidade aumenta.


🔗Artigos relacionados:

Comentários

Partilha

Mensagens populares deste blogue

Armada Real Portuguesa: As Naus da Era dos Descobrimentos (1497-1647)

Armada Portuguesa: Fragatas Classe "Almirante Pereira da Silva" (1966-1992)

Ribeira Seca & Ribeira das Tainhas (Vila Franca do Campo)