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Armada Real Portuguesa: Corvetas da década de 1860

Corveta "Damão" (1861-1871)
Foi construída em Damão por João Vito Moreira e lançada à água em Fevereiro de 1861.
Corveta "Damão"
Armou várias vezes como transporte. A corveta era considerada bonita e de boa construção, mas um veleiro medíocre. Em Janeiro de 1865, largou de Goa para Lisboa. Navegou nas águas de Angola e S. Tomé e desempenhou missão a Ajudá. Por Ofício do Ministério da Marinha de 29 de Setembro de 1870, foi o navio posto à disposição da Alândega em 25 de Outubro de 1871. Em 1905 foi entregue ao Arsenal da Marinha.

Características técnicas
Deslocamento: 
Dimensões:    
Armamento: 
Propulsão: 
Guarnição: 83 marinheiros

Corveta "Sá de Bandeira" (1862-1875)
Foi construída pelo construtor naval Conde de Linhares, sob o modelo do navio inglês "Archer". A sua construção principiou em Junho de 1859. Foi lançada à água em 30 de Janeiro de 1862. A corveta era considerada excelente como navio a vapor e má como navio de vela.
Corveta mista "Sá de Bandeira"
Em Agosto de 1862 largou para Inglaterra, para meter máquina na East Indian Docks e chegou a Lisboa em Janeiro. Em 1863 largou para Plymouth, conduzindo o Vice-almirante Conde de Penha Firme. Cumprida a missão, largou para Tânger e Casablanca. No regresso, socorreu a fragata "D. Fernando" na costa de Portugal e partiu para o mar incluída na Divisão Naval de Reserva, em viagem de instrução. Em 1864 largou para a Estação Naval de Angola, com escala por S. Vicente, Santiago de Cabo Verde e Rio de Janeiro. Na Estação Naval de Angola, desempenhou várias missões, nomeadamente, navegou em Moçâmedes, cruzou na costa, efectou comissão ao Zaire, tocou os portos de Novo Redondo, Benguela, Moçâmedes e Equíminia. Em 1865 zarpou de Luanda de regresso à metrópole. Nesse ano, navegou incluída numa Divisão Naval para Bordéus, conduzindo o Rei, a Rainha e o Príncipe Real. Devido ao mau tempo a divisão arribou a Vigo dois dias depois, desembarcando Suas Majestades. Em 7 de Outubro, a corveta seguiu para Vigo, transportando a seu bordo as bagagens de Suas Majestades e passageiros. Em 1866 partiu de Lisboa para Gibraltar e para a Estação Naval de Macau. No ano seguinte, cruzou na costa chinesa, contra os piratas chineses e desempenhou comissão ao Sião e Timor. Em 1868 fabricou em Hong-Kong. Em Maio desse ano saiu de Hong-Kong para o Japão, levando a reboque o transporte " Príncipe D. Carlos". A missão da corveta era dar protecção aos súbditos portugueses. Em 1869, partiu em socorro de Timor e navegou de Dili para Batugadé, por duas vezes, em serviço de transporte de tropas e mantimentos. No ano seguinte, zarpou para Macau. Em 1871 regressou à metrópole. Em 1874 largou de Lisboa com destino à Estação Naval de Angola. Escalou Porto Santo, Madeira, Desertas e Praia. Desde 1875 até 1879, desempenhou várias comissões em Angola nomeadamente a Santa Helena, Moçâmedes, Ambrizete e Zaire.
Em Março de 1879, largou de Luanda de regresso à metrópole. A corveta vinha atacada de formiga branca. Em Agosto de 1880, o engenheiro Conde de Linhares foi encarregado de proceder ao saneamento do navio com o intuito de extinguir o salalé e evitar que se propagasse a outros navios. Desmontou-se a máquina e retiraram-se todos os metais aproveitáveis, para se proceder à destruição da corveta. O casco foi aproveitado para uma experiência de torpedos, que ocorreu no dia 12 de Agosto de 1884. Assistiram às experiências, em Paço d' Arcos, o Rei D. Luís, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Augusto, com as suas comitivas.

Características técnicas
Deslocamento: 1429 toneladas
Dimensões: 56,61 m comp; 10,61 m boca; 3,14 m calado;   
Armamento: 12 Paixans de 32 cal.; 1 rodízio de 56 cal.
Propulsão: 1 máquinas de 200 h.p. - 1 veio = 10 nós
Guarnição: 190 marinheiros

Corvetas Classe "Infante D. João"
Foram construídas no Arsenal de Lisboa e eram corvetas mistas.
Corveta mista "Infante D. João" (1863-1878)
O seu construtor foi o engenheiro Conde de Linhares. Foi lançada à água no Arsenal da Marinha de Lisboa, em Julho de 1863. Era navio de madeira. O navio além de ter estabilidade suficiente, obedecia bem ao leme e virava bem por davante. O aparelho era seguro e de construção sólida. Em Janeiro de 1864, largou para Inglaterra de forma a meter um aparelho propulsor. Subiu o Tejo em Setembro de 1864. Em Novembro de 1864, largou para a costa incluída na Divisão Naval de Instrução. Em Janeiro de 1865, largou para a Divisão Naval de Angola, com escala pelo Rio de Janeiro e Rio da Prata, incluída numa força naval de três corvetas. Em 1865, saiu com presos e recrutas, para a ilha de S. Tomé, e correspondência para Cabinda, onde deveria apreender o palhabote "Vencedor"; cruzou ao sul de Luanda com a missão de verificar uma denúncia de tráfico de escravatura e largou para o norte com tropa, com a missão de proteger a retirada de feitorias do Ambrizete para o distrito do Ambriz. Em 1866 largou com a missão de fiscalizar as águas de Benguela; navegou para o sul com passageiros; averiguou as actividades de Francisco Franque; cruzou sobre a costa norte, com a missão de proteger as feitorias; regressou à metrópole com escala pelo Brasil. Em 1867, conduziu passageiros ilustres para a Estação Naval de Moçambique e defendeu Lourenço Marques. Em 1869, largou para Quelimane levando a reboque o iate francês "Pioner" com tropa; voltou a Moçambique e regressou, novamente, a Lisboa. Em 1871, partiu para a Estação Naval da Índia. Em 1873, recebeu fabricos em Bombaim. Em 1874, largou da Aguada para Lisboa, conduzindo a seu bordo o caixão com a ossada do falecido 2º Barão de Sabroso.
Em Maio de 1877, foi condenada por inútil. Em Fevereiro de 1878, foi vendida.

Corveta mista "Duque de Palmela" (1864-1913)

Foi lançada à água em Lisboa em 25 de Janeiro de 1864. Em 1864 largou na Divisão Naval de Instrução e em 1865 foi a Inglaterra meter máquinas propulsoras. Em 1866 largou para a Estação Naval de Angola para reprimir o tráfico de escravos e em 1870 seguiu para a Estação de Macau. Em 1874 desarmou e passou em 1877 a sede da Escola de Alunos Marinheiros em Lisboa, que em 1895 foi transferida para Faro na mesma corveta. Dessa época, conta-se que se deve à sua tripulação a organização do primeiro jogo de futebol que alguma vez se disputou no sul do país. O evento (que tem a sua graça) ocorreu em Faro, em 1907. 
Em 1913 desarmou e foi vendida no ano seguinte.

Características técnicas
Deslocamento: 952 toneladas
Dimensões: 50 m cop.; 9 m boca; 4,5 m calado
Armamento: 12 Paixans de 32 mm; 1 rodízio Brackeley 56 mm
Propulsão: 3 mastros de velas; 1 maq. a vapor de 150 h.p. 1 veio = 7 nós
Guarnição: 164 marinheiros

Corveta "Duque da Terceira" (1864-1911)
A Corveta mista "Duque da Terceira" foi construída no Arsenal da Marinha em Lisboa e foi lançada à água em 08 de Abril de 1864.
Corveta Mista "Duque da Terceira" 


 Em 1872 largou para a Estação Naval de Angola e em 1879 tomou parte nas operações militares da Guiné, visitou a América do Sul, e esteve por diversas vezes na Estação Naval de Angola; em 1897 participou nas campanhas de Gaza, em Moçambique, e apoiou as operações contra os Namarrais; regressou a Lisboa em 1898 e, a partir dessa altura, apenas efetuou viagens de instrução. Em Março de 1906 passou ao estado de desarmamento e em Maio, ainda foi mandada servir de depósito de praças do Corpo de Marinheiros.
Em 1911 foi vendida em Lisboa por inútil.

Características técnicas
Deslocamento: 1 429 toneladas
Dimensões: 54,84 m comp.; 10,48 m boca; 4,90 m calado
Armamento: 14 peças 32 mm; 1 rodízio Brackeley
Propulsão: 1 maq. horizontal de tirante invertido de 600 h.p.; 1 veio = 9,75 nós
Guarnição: 224 marinheiros

Corveta "Infante D. Henrique" (1869-1879)
Era a corveta inglesa "Hawk", comprada em Inglaterra em 1868. Tratava-se dum navio de madeira. O navio foi entregue ao Governo Português em 26 de Agosto de 1869. Por Portaria de 6 de Novembro de 1869 passou a considerar-se corveta e a chamar-se "Infante D. Henrique".
Corveta "Infante D. Henrique" no Rio Tejo

Em Outubro de 1869, largou de Londres para Lisboa. Em Abril de 1870, conduziu, de Luanda para Moçambique, o novo Governador, Conselheiro General José Rodrigues Coelho do Amaral. Em Dezembro desse ano, largou de Moçambique para a Estação Naval de Angola. Em 1871, efectuou comissão ao Zaire; largou para cruzeiro de instrução na costa sul; completou o sistema defensivo de protecção a Novo Redondo; visitou o Zaire, indo fundear em Banana; navegou para o Ambriz, para substituir o destacamento do Bembe; conduziu tropas a Novo Redondo. Em 1872, visitou ao rio Zaire; desempenhou missão de auxiliar, com os escaleres de bordo, ao embarque da tropa em Moçâmedes, Benguela e Novo Redondo e regressou para a metrópole, com escala por S. Tomé. Em 1873, largou com carta de prego para Cádis, com a missão de proteger ali os interesses portugueses; desempenhou missão em Tânger e cumprimentou o novo Imperador de Marrocos pela sua elevação ao trono.
Em Fevereiro de 1880, após ter sido reconhecido que não merecia fabrico, foi vendido.

Características técnicas
Deslocamento: 1 011 toneladas
Dimensões: 52 m comp.; 10 m boca; 4,86 m calado
Armamento: 11 peças
Propulsão: 1 máquina a vapor de 200h.p. - 1 veio = 11 nós
Guarnição: 198 marinheiros

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