Translate

Armada Real Portuguesa: Corvetas da década de 1850

Corveta "Goa" (1851-1873)
Foi construida no estaleiro de Malim, em Goa. O navio era todo de teca e feito pelo risco da corveta "Elisa", embora se dissesse que, afinal, com ela nada se parecia. Foi lançada à água em 4 de Janeiro de 1851, na presença do Governador José Ferreira Pestana. Era um navio regular de vela que, sem ser pouco aguentador, nem fraco de borda, podia com a artilharia que montava.

Em 1852, a corveta foi aprontada para seguir viagem rumo a Lisboa com escala por Moçambique, Moçâmedes, Luanda e Faial. Desempenhou várias comissões ao norte e a sul da costa de Angola, conduziu militares e material bélico para o Ambriz; desempenhou comissão no Zaire; desempenhou comissão na Madeira e nos Açores; conduziu passageiros ilustres para S. Tomé e Príncipe, Bissau, Cabo Verde, Timor e transportou os presos da revolta militar que rebentara em Dili.
Por Portaria, de 26 de Fevereiro de 1873, foi mandada converter em depósito flutuante de carvão.

Características técnicas
Deslocamento: 
Dimensões: 36,60 m comp.; 9,35 m boca; 4,88 m calado
Armamento: 24 peças
Propulsão: 
Guarnição: 156 marinheiros

Corveta "Sagres I" (1858-1898)
A corveta "Sagres" era uma corveta mista (propulsão a vela e vapor) construída em madeira pela casa Young de Londres sob a inspecção de Sartorius, Conde de Penha Firme, foi lançada à água em 3 de Julho de 1858.
Corveta "Sagres I" em Massarelos no rio Douro
Em 1858 integrou a Força Naval de D. Luís em comissão especial à Madeira e Açores. Em 1859 largou para Antuérpia, incluída numa força naval que conduzia o Real casal , D. Maria Ana e o Príncipe Frederico Augusto Jorge. Em 1860 a corveta foi escolhida para apresentar cumprimentos à Imperatriz da Áustria. Conduziu os Governadores de Angola e Cabo Verde. Em 1862 largou para Génova em viagem diplomática. Em 1862 integrou a esquadra que conduziu de Génova a Portugal, a Rainha D. Maria Pia. A nau acompanhou os russos nas honras fúnebres ao Príncipe Russo no Tejo. Prestou honras em Gibraltar ao Príncipe Amadeu. Em 1865 largou para Bordéus integrado numa divisão naval que conduziu a Família Real em visita aos Reis de Itália. Em 1875 largou para Cascais onde ficou às ordens do Rei. Desempenhou comissão a Marrocos, Zaire, S. Tomé e Brasil. Prestou bons serviços na Estação Naval de Angola.
A nau entrou em fabricos para ser adaptada a navio-escola fundeado, que terminaram a 5 de Outubro de 1882. Em 1898 a Escola de Marinheiros passou da "Sagres" para a corveta "Estefânia". Em 7 de Setembro era abatida ao Efetivo dos Navios da Armada e, pouco depois desmanchada.

Características técnicas
Deslocamento: 1 382 Toneladas
Dimensões: 79 m comp.; 9,9 m boca; 4,47 m calado
Armamento: 10 peças
Propulsão: 3 mastros de velas; 1 maquina de baixa pressão de 300 h.p. - 1 veio = 12,6 nós
Guarnição: 137 marinheiros

Corveta "Bartolomeu Dias" (1858-1905)
Corveta mista com propulsão a vela e a vapor, foi construída no Reino Unido, em 2 de Janeiro de 1858, sendo a primeira corveta da Marinha Portuguesa com propulsão a vapor. 
Corveta "Bartolomeu Dias" em Ponta Delgada 1891
Fez parte da divisão naval, enviada de Portugal para o Brasil, em defesa dos interesses portugueses por ocasião da Guerra do Paraguai. Foi incendiada em Angola, em 1905 por não se achar em condições de utilização.

Características técnicas
Deslocamento: 2 377 toneladas
Dimensões: 63,10 m comp.; 11,35 m boca; 6,4 m calado
Armamento: 1 rodízio a vante; 18 peças
Propulsão: 3 mastros de velas redondas; 1 maq. horizontal de baixa pressão de 1100 h.p.; 1 veio =10 nós
Guarnição: 300 marinheiros

Corveta "D. Estephania" (1859-1909)
Foi construída e lançada à água no Tamisa em Inglaterra em 1859.
Corveta "D. Estephania" no Porto
Em 1866 passou mostra de desarmamento. Em 1898 passou a sede da Escola de Alunos Marinheiros do Porto, em substituição da Sagres. Em 1860 tomou parte na expedição a Angola e em 1862 fazia parte da Divisão Naval de Reserva.
Em 1909 perdeu-se por encalhe ao norte do farolim de Felgueiras.

Características técnicas
Deslocamento: 2 368 toneladas
Dimensões: 61,72 m comp.; 12,6 m boca; 4,88 m calado
Armamento: 18 peças 32 mm; 2 rodizios 68 mm
Propulsão: 3 mastros de velas; 1 maq. baixa pressão de 400 h.p. 1 veio = 10 nós
Guarnição: 180 marinheiros

Sem comentários: