Há uns séculos atrás, havia na costa norte da ilha de S. Miguel, entre as Capelas e Santa Bárbara, uma freguesia com o nome de Rosário. Os seus habitantes viviam principalmente a trabalhar as terras, mas alguns tiravam do mar o sustento da família.
Um certo dia, um desses pescadores, homem humilde e bom, foi para a sua faina habitual. Estava a lançar as redes ao mar; quando, casualmente, reparou que ao longe, perto dos calhaus, sobre a água estendida como um lençol, boiava um objecto que brilhava à luz do sol. Ficou muito intrigado e, sem sequer imaginar o que iria encontrar, logo que pôde, aproximou-se do objecto. Viu que se tratava de uma pequena imagem de Santo António. Agarrou-a e voltou para terra, muito contente.
Miradouro Mãe de Deus |
Naqueles tempos, uma prancha de madeira ou um simples garrafo, encontrados no mar, eram preciosidades, tanto mais uma imagem. Dirigiu-se à igreja do Rosário, mostrou ao padre a imagem e contou o que lhe tinha acontecido. A notícia espalhou-se depressa e chegou aos campos onde os homens ceifavam o trigo maduro e à fonte onde as mulheres lavavam e coravam a roupa ao sol quente de Julho.
Igreja da freguesia de Santo António |