Translate

BNU: "Emissão Chamiço" para São Tome e Principe (1921-1959)

 No início da década de 20 verificou-se que a emissão “Vasco da Gama” começava a ser incapaz de surtir as necessidades. A este facto juntou-se a obrigatoriedade do BNU ter de manter os níveis de emissão de notas dentro das necessidades das várias colónias conforme o contrato assinado com o Estado. 

1$00 Escudo
Desta forma, São Tomé e Príncipe recebeu a emissão de notas “Chamiço” à semelhança dos outros territórios africanos. 
2$50 Escudos e Cinquenta Centavos
Esta emissão era semelhante às restantes já descritas, variando na indicação na frente em vermelho de “SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE”. No verso surgia a legenda “PAGÁVEL NAS DEPENDÊNCIAS DA PROVÍNCIA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE”.
5$00 Escudos
10$00 Escudos
20$00 Escudos
50$00 Escudos
100$00 Escudos
Esta emissão foi alvo de reforços sucessivos até a sua substituição em 1959. Estas notas foram produzidas pela britânica Bradbury, Wilkinson & Co Ltd, com excepção das notas de 2$50 que foram produzidas na Thomas de La Rue & Co Ltd.

Armada Portuguesa: Aviação Naval da década de 1920

O começo da década marca o primeiro ciclo de crescimento das componentes aéreas (navais e terrestres) caracterizado pelo reequipamento com aeronaves essencialmente de origem francesa, excedentárias da Grande Guerra. Portugal inicia também o investimento na construção sob licença de aeronaves destinadas à instrução no Parque de Material Aeronautico. É também nesta década que os portugueses realizam várias viagens aéreas pioneiras, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento da aeronautica.

Hidroaviões Felixstowe F-3 (1920-1922)
Os dois Felixtowe F-3 que a Aviação Naval (AN) recebeu em 1920, tinham servido na Royal Air Force (RAF) durante a Primeira Guerra Mundial. Foram as primeiras aeronaves da AN a possuir equipamento de radiocomunicações (TSF).
Felixstowe F-3
Estando Sacadura Cabral e Gago Coutinho muito entusiasmados com os métodos de navegação aérea da autoria deste último, que lhes abria a possibilidade de realizar voos trans-oceânicos, iniciaram no dia 23 de Março de 1921 um voo ao Arquipélago da Madeira, utilizando um Felixstowe F-3, com o primeiro como piloto, o segundo como navegador e ainda Ortins de Bettencourt como co-piloto.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 31,08 metros; Comprimento: 14,99 metros; Altura: 5,69 metros
Motor: 2 × Rolls-Royce Eagle VIII V12 pistão em linha, 345 hp (257 kW) cada
Velocidade: 91 mph (147 km/h, 79 kn) a 2.000 pés (610 m)
Armamento:  4 × metralhadoras Lewis (um no nariz, três a meia-nau);Até 920 lb (420 kg) de bombas sob as asas
Tripulação: 4
Hidroaviões Curtis HS-2L (1921-1930)
Durante a I Guerra Mundial, o Governo Português concedeu autorização para os Estados Unidos instalarem uma base aero-naval na Ilha de S. Miguel, Açores, o que se concretizou em Março de 1918. 
Curtis HS-2L
Finda a Guerra, Portugal adquiriu parte do material utilizado pelos americanos, incluindo 4 hidroaviões Curtiss HS-2L destinados ao Centro de Aviação Naval (CAN) dos Açores, inicialmente instalado na Horta e depois em Ponta Delgada.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 22,58 metros; Comprimento: 11,89 metros; Altura: 4,45 metros
Motor: 1 × Liberty L-12 V-12 motor de pistão refrigerado a água, 360 hp (270 kW)
Velocidade: 82,5 mph (132,8 km/h, 71,7 kn)
Armamento: Metralhadora Lewis de 1 × 0,300 pol (7,62 mm) em montagem flexível; 2 × 230 lb (100 kg) de bombas ou cargas de profundidade transportadas sob as asas
Tripulação: 3
Hidroaviões Fairey 17 III D Mk2 (1922-1930)
Os três Fairey III D que em 1922 foram recebidos em Portugal destinaram-se à Aviação Naval. entre eles constava dois do modelo standad e um Mk II também denominado F-400 Transatlantic. 
Fairey 17 III D Mk2
Em Novembro de 1922 foram recebidos mais três destes aviões, da versão Standard.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 13,93 metros; Comprimento: 10,46 metros; Altura: 3,78 metros
Motor: 1 × motor de pistão Napier Lion XI W-12 refrigerado a água, 570 hp (430 kW)
Velocidade: 120 mph (190 km / h, 100 kn) a 10.000 pés (3.048 m)
Armamento: 2 metralhadora; Bombas de até 500 lb (227 kg) podem ser transportadas sob as asas
Tripulação: 2
Hidroaviões Avro 504-K (1924-1933)
Foram concedidos, em 1925, à Aviação Naval. Foram os primeiros aviões terrestres da Aviação Naval sendo operados a partir do Aeródromo de Alverca, para treino de acrobacia dos pilotos do Centro de Aviação Naval de Lisboa.
Avro 504-K
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 10,97 metros; Comprimento: 8,97 metros; Altura: 3,18 metros
Motor: 1 x motor a pistão giratório Le Rhône 9J
Velocidade: 145 km/h (78,3 kn)
Armamento: 1 metralhadora; 4x bombas de 9 kg (19,8 lb)
Tripulação: 2
Hidroaviões Fokker T.III W (1924-1933)
O primeiro Fokker T.IIIw a ser transportado para Portugal foi pilotado por Sacadura Cabral, descolou de Amesterdão, a 30 de Agosto de 1924, aterrando no mesmo dia no Aeródromo Militar da Amadora. A 15 de Novembro, três dos hidroaviões partiram de Amesterdão com destino a Lisboa, voando em grupo. Devido ao nevoeiro o Fokker T.IIIw pilotado por Sacadura Cabral perdeu o contacto com os companheiros e desapareceu no Mar do Norte, ao largo da Bélgica.
Fokker T.III W
Os Fokker T.IIIw mantiveram-se no Centro de Aviação Naval (CAN) do Bom Sucesso, como aviões torpedeiros. O aviões numero 26 e 28 oram abatidos em 1926 depois de graves acidentes e o 25 e 27 foram retirados de serviço em 1933.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 21,20 metros; Comprimento: 14,08 metros; Altura: 3,39 metros
Motor: 1 × Napier Lion W-12 refrigerado a água , 340 kW (450 hp)
Velocidade: 169 km/h (105 mph, 91 kn)
Armamento: 2 metralhadoras no cockpit traseiro; Bombas 3 × 100 kg (220 lb) e 1 × 50 kg (110 lb)
Tripulação: 3
Hidroaviões Hanriot H-41 (1927-1933)
Com a finalidade de equipar a escola, a A.N. adquiriu em França seis hidroaviões de flutuadores Hanriot H-41, que chegaram a Portugal em Fevereiro e Março de 1927, sendo colocados no CAN do Bom Sucesso até 1933, onde foram utilizados nos três primeiros cursos de aviadores navais.
Hanriot H-41
Foram retirados do serviço em 1933.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 10,26 metros; Comprimento: 7,25 metros; Altura: 3,13 metros
Motor: 1 × Lorraine 5P motor de pistão radial de 5 cilindros refrigerado a ar, 75 kW (100 hp)
Velocidade: 185 km/h (115 mph, 100 kn)
Autonomia: 400 km (250 mi, 220 nmi)
Tripulação: 2
Hidroaviões Cams 37-A  (1927-1935) 
Aviação Naval (A.N.) recebeu oito C.A.M.S. 37A em Outubro de 1927, um deles com o trem de aterragem recolhendo sob as asas inferiores. 
Cams 37-A 
Entre Abril e Maio de 1931 quatro C.A.M.S. 37A tomaram parte numa operação contra revolucionários na Ilha da Madeira, operando a partir da Ilha de Porto Santo.
Foram retirados do serviço em 1935.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 14,5 metros; Comprimento: 1,43 metros; Altura: 4,04 metros
Motor: 1 × Lorraine 12Ed Courlis W-12 motor de pistão refrigerado a água, 340 kW (450 hp)
Velocidade: 175 km/h (109 mph, 94 kn)
Autonomia: 1.200 km (750 mi, 650 nmi)
Tripulação: 3
Hidroaviões Macchi M-18 (1928-1934)
A Aviação Naval (A.N.) adquiriu em 1928 seis hidroaviões de casco Macchi M-18, de produção italiana. Voaram de Vareze na Itália a 27 de Agosto com tripulações da A.N. fazendo escala em St. Raphael, Barcelona, Cartagena e Cádiz, chegando a Lisboa no dia 3 de Setembro de 1928.
Macchi M-18
Foram entregues ao CAN do Bom Sucesso em Lisboa, destinando-se a instrução de tiro e observação. Mais tarde, três  foram,  colocados no CAN de S. Jacinto,  Aveiro. Foram retirados de serviço em 1934.
Características técnicas
Dimensões: Envergadura: 15,82 metros;
Motor: 1 × motor em linha Fiat A.14 V12, 490 kW (650 hp)
Velocidade: 240 km / h (149 mph, 129 kn)
Tripulação: 1

Armada Portuguesa: Lancha-Canhoneira "Tete III" (1920-1971)

NRP Tete (P371)
Construida por Yarrow & Co. em 1918, foi novamente lançada à água no Chinde em 1920. Serviu no Rio Zambeze até 1971.


Características técnicas
Tipo: Lancha-Canhoneira
Deslocamento: 100 toneladas
Dimensões: 22 m comp.; 6,10 m boca; 0,70 m calado
Armamento: 2 peças de 47 mm; 2 metralhadoras
Propulsão: 1 maquina de 70 h.p 1 roda de pás a ré = 8 nós 
Guarnição: 6 marinheiros

BNU: "Emissão Chamiço" para Guine-Portuguesa (1921-1959)

Esta emissão do Banco Nacional Ultramarino era semelhante às restantes colónias africanas e ficou conhecida como emissão Chamiço, pois surgia na frente a efígie do fundador do BNU.

1$00 Escudo
2$50 Escudos
5$00 Escudos
10$00 Escudos
20$00 Escudos
50$00 Escudos
100$00 Escudos

Esta emissão manteve-se em circulação até ao ano de 1959 (com excepção das notas de 2$50 que foram retiradas em 1946).